Um voo da Virgin Atlantic de Londres para Nova York marcou um feito significativo ao se tornar o primeiro voo comercial de longo curso abastecido exclusivamente com combustível de aviação 100% sustentável (SAF), conforme anunciado pela companhia aérea.
O Flight100 decolou em 28 de novembro, impulsionado por 100% de SAF em ambos os motores, conforme relatado pela empresa.
Embora voos com 100% de SAF não sejam uma novidade absoluta (a RAF já havia alcançado esse marco em 2022 sobre Oxfordshire, e recentemente, um jato particular Gulfstream completou o primeiro voo transatlântico), o Flight100 representa o primeiro feito desse tipo para uma companhia aérea comercial de longo curso. Isso destaca o potencial do combustível sustentável na aviação civil, de acordo com a empresa em seu site.
A Virgin Atlantic enfatizou que o uso integral de SAF reduziu as emissões de CO2 deste voo específico em até 70%, em comparação com o combustível de aviação convencional, e quaisquer emissões residuais de CO2 foram compensadas por meio de remoções de carbono.
Virgin Atlantic realiza voo transatlântico com 100% de SAF, mas enfrenta desafios de produção
“Este voo não apenas fornecerá dados valiosos sobre o ciclo de vida de carbono do SAF, mas também demonstrará seu potencial como um substituto totalmente descartável para o combustível fóssil. Além disso, apoiará o aumento da produção e utilização do SAF em larga escala”, afirmou a empresa.
No ano passado, a Virgin Atlantic venceu um concurso do Departamento de Transporte do Reino Unido. O desafio era realizar uma travessia atlântica utilizando 100% de combustível de aviação sustentável. A empresa enfrentou o desafio com colaboração. Parceiros incluíram Rolls-Royce, Boeing, Pratt & Whitney Canada, Imperial College London, Universidade de Sheffield, Rocky Mountain Institute (RMI) e a consultoria de aviação ICF.
Apesar do sucesso do voo, a empresa reconheceu que o setor enfrenta desafios em termos de fornecimento.
Com base nas metas da IATA, companhias aéreas e governos, atingir 10% de SAF até 2030 demandaria 40 milhões de toneladas de SAF, segundo estabelecido. Em resumo, não há produto suficiente sendo produzido. Atualmente, o combustível representa apenas cerca de 0,1% de todo o combustível de aviação em uso. Isso destaca claramente o quanto ainda temos que progredir”, afirmou a empresa.
A empresa destacou que, atualmente, os voos podem usar apenas 50% de SAF. Obter aprovação para 100% de SAF em cada voo não é prático para viagens diárias.
Fonte: Oils & Fats International