Valor do frete tem comportamento diferente nos estados


Imagem: Pixabay


Apesar do período de entressafra em Mato Grosso, no qual um desaquecimento de preços no mercado de fretes rodoviários seria esperado, em conformidade com a sazonalidade da safra e da série histórica, no momento não é este o cenário que se constata no estado. Conforme o Boletim Logístico, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), não apenas os preços não cedem no mercado de fretes rodoviários do estado, como também há registro de aumentos pontuais em algumas rotas e, de acordo com o setor, existe a perspectiva de que o movimento de elevação nas cotações se acentue já a partir de novembro, antes mesmo do início da colheita da soja.

Diversos são os fatores que explicam este aquecimento. Primeiramente há de se ressaltar o relevante fluxo logístico para escoamento da safra 2020/21, envolvendo não apenas o milho, como também a soja remanescente, de modo a se liberar espaço para a safra de soja 2021/22. No que diz respeito ao milho, após alguns meses de maior atendimento ao mercado interno, o fluxo exportador foi retomado e o milho do estado tem atendido, no momento, tanto o mercado interno quanto o externo.

O fato de as perspectivas para a próxima safra de soja serem as melhores possíveis tem acelerado o fluxo à medida que aumenta a necessidade de escoar o produto de forma célere e de liberar espaço nos armazéns para a excelente safra de soja que se projeta, que será a maior da história de Mato Grosso. O bom andamento dos trabalhos de plantio também sinaliza que sua colheita já começará em dezembro, com grande volume a ser transportado já em janeiro, ou seja, esperase grande entrada de oferta em um futuro mais próximo. A proximidade em relação ao fim do ano e também à entrada de grande safra exercem pressão para retirar o produto restante.

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Outro ponto que explica o aumento inicial, bem como a tendência de acentuação da alta para os próximos meses, está relacionado ao aumento do diesel. O combustível representa um elemento de grande peso na composição dos custos do transportador e, aos preços vigentes, há relatos de que alguns caminhões podem deixar de rodar nas próximas semanas. Não se trata de greve ou de bloqueio, mas sim da opção pontual por não rodar, por parte de alguns transportadores, tendo em vista que o preço do frete não cobriria todos os custos envolvidos, tais como depreciação e combustível. Esta conjuntura pode culminar em um aumento de preços nos próximos meses, na iminência da colheita de soja.

Comportamento em outros estados

No Mato Grosso do Sul o mercado de fretes agrícolas durante o mês de outubro não apresentou alterações significativas em relação ao mês de setembro. Com o fim das colheitas das culturas de inverno, o menor volume de negócios em função da expectativa quanto aos preços dos grãos e o período de entressafra, constata-se uma menor demanda por veículos para transporte de grãos. O levantamento de preços de frete de outubro demonstra uma certa estabilidade dos preços, com discreta variação negativa em relação ao mês de setembro.

Em Goiás os preços coletados para o mês de outubro foi muito similar aos dois meses anteriores . Poucos embarques para exportação e também para o mercado interno com destino a outros estados. Nenhum embarque destinado aos portos da baixada santista e Paranaguá. As poucas partidas para exportação saíram por Uberaba. O maior movimento foi, a exemplo do mês de setembro, de empresas em Goiás removendo grãos destinados às suas indústrias em Uberlândia e, também, aos municípios de Rio Verde e Jataí.

O mercado de transportes na região do Distrito Federal operou com baixos volumes no mês de setembro para as rotas de grãos com destino aos portos, tendo em vista a finalização da colheita de milho segunda safra e também da soja. Segundo relatório de grãos da Conab no mês de outubro, o estado se mostra em fase de semeadura de milho.

No Paraná, a pesquisa de preços de serviços de transporte no mês de outubro se mostrou em queda para algumas rotas em relação ao mês passado, principalmente para as rotas com destino ao porto de Paranaguá com origem de Campo Mourão e Ponta Grossa. Já as rotas com origem de Toledo e Cascavel mostraram leve aumento.

Por: Eliza Maliszewski | Agrolink

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