A Comissão Europeia (CE) anunciou que iniciará uma investigação sobre as alegações de que as importações de biodiesel da China estão sendo vendidas na Europa a preços artificialmente baixos, conforme reportado pela Reuters. Segundo a CE, “os produtores da UE alegam que essas importações prejudicam seriamente seu setor, pois não conseguem competir com preços tão baixos”.
Esta investigação foi motivada por uma reclamação feita pelo European Biodiesel Board (EBB) e pode levar até 14 meses para ser concluída, com a possibilidade de imposição de tarifas provisórias em oito meses. O período investigado vai de 1º de outubro de 2022 a 30 de setembro de 2023, conforme informado pela Reuters em 20 de dezembro.
Em agosto passado, a UE investigou se o biodiesel indonésio contornava tarifas da UE via reexportação pela China e Reino Unido.
Impacto das exportações chinesas e desacordos comerciais na UE em 2023
A China foi o maior exportador de biodiesel para o bloco de 27 países em 2023, conforme declarado pelo EBB em um comunicado separado. “Em 2023, importações chinesas com dumping impactaram o mercado da UE, causando queda e fechamento de unidades de produção, segundo o EBB.”
A associação mencionou preocupações sobre o possível trânsito de biodiesel indonésio e desequilíbrios estruturais no comércio de biodiesel com a China. Ela apontou que os preços não refletem as categorias de biocombustíveis avançados ou baseados em resíduos, como a classificação da maioria das remessas sugere.
Na coletiva de imprensa, ao responder a uma pergunta sobre a investigação, Shu Jueting, porta-voz do Ministério do Comércio da China, afirmou que a China “se opõe firmemente ao comportamento protecionista que abusa das medidas de correção comercial”.
A CE estima que o setor de biodiesel da UE tenha um valor anual de US$ 34 bilhões (€ 31 bilhões).
Fonte: Oils & Fats International