De um lado, o Brasil plantando soja, de outro, os EUA colhendo. Enquanto isso, o dinâmico comércio global da oleaginosa continua a pleno vapor dada, principalmente, a força da demanda chinesa. A nação asiática está presente em ambos os países, reafirmando sua necessidade, seu compromisso com a segurança alimentar e seu momento de recomposição de estoques e planteis.
NÚMEROS RECORDES NO BRASIL
Os portos brasileiros, embora em um ritmo um pouco mais lento se comparado ao primeiro semestre de 2020, continuam embarcando os grandes volumes vendidos muito antecipadamente e assim, o total já embarcado pelo país chega a 83,4 milhões de toneladas, contra 60 milhões no mesmo período do ano passado, segundo mostram números da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Dessa forma, o Brasil precisa de pouco mais de 100 mil toneladas para alcançar seu recorde de 83,5 milhões de soja exportada.
“Já embarcamos 78% da safra colhida, frente aos 63% do mesmo período do ano passado. O ano está rodando mais rápido e o grão já foi embora e o farelo também está adiantado. O mesmo ocorreu com o óleo. De agora em diante, deveremos ter queda no ritmo dos embarques do setor todo, principalmente o óleo, que deve embarcar pouco porque o mercado interno vem pagando bem melhor que o externo e assim, somente negócios anteriores devem seguir sendo embarcados”, explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
Em todo complexo, os embarques já somam 97,6 milhões de toneladas, também próximo o recorde de 2018, de 101,15 milhões de toneladas.
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PRÊMIOS ALTOS
A pouca soja ainda disponível no Brasil vem sendo bastante disputado entre a exportação e o mercado interno, o que tem mantido os valores em níveis recordes – tanto no interior, quanto nos portos – e os prêmios bastante firmes e valorizados. Ainda segundo informações da Brandalizze Consulting, as posições mais curtas têm prêmios – do lado dos vendedores – acima dos US$ 2,30 por bushel acima dos valores praticados na Bolsa de Chicago.
Dessa forma, como explica a ARC Mercosul, “as exportações da soja vivem um momento de transição para preencher as filas de embarque com milho. A escassez da oleaginosa em território brasileiro tem colocado melhores ofertas na indústria, quando comparado com a soja para exportação”. Os valores pagos para a soja disponível chegaram a alcançar os R$ 150,00 por saca em algumas localidades, refletindo este cenário.
Da mesma forma, as vendas antecipadas da safra 2020/21, que começa a ser semeada agora, também registram ritmo e números recordes, uma vez que está quase 60% comprometida com a comercialização. Somente de Mato Grosso, a China já comprou 13,53 milhões de toneladas. “Este valor fica próximo daquele observado na safra 2013/14 eacima de todas as demais temporadas”, explicam os pesquisadores do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária).
DEMANDA FORTE NOS EUA
Com esses volumes e a quase nenhuma disponibilidade da oleaginosa, há meses a demanda da China está bastante focada nos Estados Unidos. E dessa forma, o total já comprometido pelo país chega a 32,43 milhões de toneladas, muito acima das pouco mais de 11 milhões do mesmo período do ano passado, de acordo com os números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Fonte: ARC Mercosul
E também de acordo com os dados do USDA, os embarques norte-americanos de soja chegam a 3,567,160 milhões de toneladas, acima de pouco mais de 2,1 milhões do ano passado, neste mesmo intervalo.
Fonte: Notícias Agrícolas
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