Imagem: Pixabay
No Pará, diferente de boa parte das regiões produtoras, houve aumento de área semeada e incremento na produtividade média em relação ao ciclo passado. As condições foram favoráveis à cultura nas fases mais críticas do desenvolvimento, permitindo uma produção melhor que na temporada passada, alcançando 54,9 mil toneladas colhidas.
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No Rio Grande do Norte, a cultura do sorgo com dupla aptidão vem se tornando uma das principais alternativas de alimentos volumosos para os rebanhos, sobretudo os bovinos, já que a maior parte da produção da planta vai para ração animal (forragem). Como o levantamento considera somente o sorgo granífero, estima-se na presente safra uma área de 600 hectares, mantendo assim em estabilidade. Em compensação, a produção estimada do grão foi 16,7% menor que a safra 2020, atingindo 500 toneladas.
No entanto, em virtude do preço do milho, a demanda por silagem para alimentação animal está maior, por esse motivo, a facilidade do manejo e a baixa produção compensou utilizar ou comercializar parte das lavouras para silagem. Por consequência, a produção final foi menor que a esperada. No geral, se estima uma redução na produção total se comparada a 2019/20, em razão das intempéries climáticas e os seus impactos sobre o rendimento médio da cultura. Assim, mesmo com aumento na área plantada, a perspectiva é de obtenção de um volume 5,2% inferior ao do ciclo passado, ficando em 148,2 mil toneladas colhidas.
Em Mato Grosso, a colheita do sorgo foi encerrada em agosto, com finalização dos 20% que restavam neste mês, e até mesmo esta cultura, que costuma ser mais resistente ao clima seco, sofreu com a estiagem nesta temporada, e registrou produtividade média de 2.670 kg/ha, 9,9% inferior aos 2.964 kg/ha obtidos no ciclo passado. Nem mesmo os maiores investimentos aplicados à cultura do sorgo foram suficientes para reverter o quadro de perda. Substituto do milho na formulação de ração animal, suas cotações têm disparado em âmbito estadual, dada a restrição da oferta deste insumo, muitas vezes rompendo com a tradicional equalização de cerca de 80% do preço do milho. Essas condições mercadológicas incentivaram o aumento de área, cujo montante foi de 49,3 mil hectares, 5,7% superior ao do ano passado. Neste momento, a comercialização já ultrapassa mais da metade da produção colhida.
Em Mato Grosso do Sul, os problemas climáticos que a cultura passou durante o ciclo, impactou diretamente no rendimento das graníferas. No entanto, o expressivo aumento de área semeada nesse ciclo mudou completamente o panorama esperado para a safra. Aproximadamente 68% das áreas já foram colhidas, e são representadas basicamente por lavouras implantadas na região centro-norte estadual. Já no centro-sul, onde as lavouras são mais atrasadas, a operação será realizada basicamente em setembro. De maneira geral, a previsão é de uma produção 89,4% superior a 2019/20, devendo alcançar 68,2 mil toneladas.
Em Goiás, a falta de chuvas reduziu o potencial das lavouras, com isso, diminuiu a produtividade e qualidade dos grãos, além disso, por questões de falta de armazéns, os custos de logística fazem com que os produtores comercializem seus produtos na lavoura. Estima-se um aumento de 0,8% na área plantada, e um recuo de 18,1% na produtividade e de 17,4% na produção em relação ao ciclo anterior.
No Distrito Federal, a área cultivada tem um recuo de 1% em relação ao ciclo anterior. As lavouras se encontram em plena colheita, visto que 50% já foram colhidas. A produtividade média está estimada em 4.240 kg/ha, 14.9% inferior aos 4.980 kg/ha obtidos na safra anterior, redução provocada pela falta de chuvas nos estádios de floração e enchimento dos grãos. Assim, a produção poderá alcançar 41,6 mil toneladas, 15,6% inferior à produção da safra anterior.
Em Minas Gerais, as áreas de sorgo estima-se uma redução em 2,4%. A área de 195,9 mil hectares está com produtividade esperada de 2.901 kg/ha, 25,6% menor que o fechamento de safra anterior. A produção estimada é 27,4% inferior à safra 2019/20. Apesar de ser uma cultura com maior resistência ao clima, os efeitos do déficit hídrico e geada indicam potencial de reduções até o fechamento da safra. O estádio de colheita para o sorgo no estado é de 74%.
Em São Paulo houve uma estabilidade na destinação de área para o plantio da cultura, porém a produtividade média deve ficar bem abaixo do potencial esperado em virtude das adversidades climáticas registradas durante o ciclo (escassez de chuvas, baixa umidade no solo e geadas). Assim, o volume final previsto é 27,3% inferior ao obtido em 2019/20, com estimativa de 25,3 mil toneladas colhidas.
Por: Eliza Maliszewski | Agrolink