A safra de 2023 de milho e soja norte-americana, enfrenta um dos piores cenários nos últimos 4 anos. Os efeitos do estresse térmico e hídrico foram tal que, apenas 53% das lavouras de milho estão classificadas como boas ou excelentes. A soja tem um cenário muito semelhante, com 52% das lavouras classificadas como boas ou excelentes, uma vez que grande parte das lavouras se concentra no Corn-Belt, também conhecido como “Cinturão do Milho”, uma grande região produtora de milho.
O avanço da maturação e colheita tornou as chuvas desnecessárias. Pelo contrário, chuvas persistentes neste momento comprometerão as operações de colheita ou maturação.
O quadro é preocupante, uma vez que, a safra de soja 2023 apresenta o pior desempenho dos últimos 4 anos, atrás até mesmo de 2019. Até a data de monitoramento, os agricultores americanos haviam colhido 43% da soja.
As condições são muito semelhantes para o milho, contudo a safra de 2023 apresenta um desempenho parecido com o registrado em 2022 no mesmo período, apesar da maturação deste ano ter avançado de forma mais expressiva – como uma consequência do forte calor no Cinturão do milho. As operações avançam em 34% das áreas monitoradas pelo USDA.
A partir desses dados, não é exagero dizer que a safra de 2023 dos EUA já está definida. Neste período, as chuvas prejudicarão completamente as operações em campo, e mesmo que as chuvas sejam boas, os danos causados pelo estresse térmico e hídrico não podem mais ser recuperados no estágio fenológico atual.
Fonte: Gabriel Rodrigues e Seane Lennon | Agrolink