Os ataques dos Houthis às embarcações no Mar Vermelho resultaram em uma queda nos embarques de grãos e sementes oleaginosas pelo Canal de Suez. Empresas de transporte desviam rotas para evitar ataques na região sul da África, conforme a agência de notícias Anadolu.
Devido a essa alteração nas rotas, as tonelagens transitadas pelo Canal de Suez reduziram em 65%, segundo um relatório datado de 19 de janeiro.
Os ataques dos Houthis interrompem o comércio global, com 12% e um terço do transporte de contêineres Ásia-Europa via Canal de Suez, disse Ralph Ossa, economista-chefe da OMC, à Anadolu.
Desde novembro do ano passado, os Houthis do Iêmen têm atacado navios mercantes no Mar Vermelho em retaliação aos ataques israelenses em Gaza. Em meados de janeiro, Estados Unidos e Reino Unido iniciaram ataques conjuntos contra alvos militares dos Houthis. Navios em rotas mais longas causam aumento nas taxas de frete e atrasos superiores a uma semana nas entregas, relatou a Anadolu.
Dados da Anadolu, com base na Clarksons Research, indicam queda de 65% na tonelagem de navios no Golfo de Áden em janeiro de 2024 em comparação com dezembro de 2023. Em dezembro de 2023, os volumes de grãos e oleaginosas no Canal de Suez caíram de 7,2 milhões para 5,9 milhões de toneladas, de acordo com a OMC. Isso resultou em um aumento das rotas alternativas.
Essa redução representa quase um quinto a menos em uma base anual e 15% abaixo da média de três anos, conforme adicionado pela OMC.
Impactos do conflito Malásia-Israel
Em janeiro, os volumes de grãos e sementes oleaginosas pelo Mar Vermelho caíram para 0,9 milhão de toneladas, uma queda significativa em relação ao ano anterior. Isso representou uma redução de três vezes e 63% em comparação com a média dos últimos três anos para o mesmo período.
Conforme o instituto econômico alemão IfW Kiel, o comércio global sofreu uma desaceleração de 1,3% em dezembro em comparação com novembro. O tráfego de contêineres pelo Mar Vermelho caiu pela metade em dezembro, passando de 500.000 para 200.000 contêineres/dia.
Além disso, a Malásia proibiu navios de carga israelenses de atracarem em seus portos devido à guerra em Gaza e acusando Israel de violações do direito internacional, conforme relatado pela Aljazeera.
Em 20 de dezembro, o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, proibiu navios de Israel, incluindo a ZIM, de acessarem suas águas. Navios a caminho de Israel também seriam impedidos de carregar cargas em portos malaios, conforme declarou Anwar.
A Malásia, país com uma população majoritariamente muçulmana, não mantém relações diplomáticas com Israel e apoia uma solução de dois estados para o conflito Israel-Palestina.
Fonte: Oils & Fats International