Protestos na Bolívia e impactos no agronegócio latino-americano

Protestos na Bolívia e impactos no agronegócio latino-americano
Imagem: Canva

Mudanças bruscas nas diretrizes políticas vêm afetando o cenário da América Latina, impactando não somente a sua população, mas também a comercialização do agronegócio. Na quarta semana de janeiro, protestos na Bolívia afetam o comércio na fronteira com o Brasil e o Paraguai.

O Dia do Estado Plurinacional da Bolívia, comemorado em 22 de janeiro e que marca a Revolução Democrática do país, foi a data escolhida pelos produtores locais para iniciar uma greve nas principais estradas e na fronteira com Corumbá/MS.

Os manifestantes exigem a renúncia dos juízes do atual tribunal superior do país. Essas cadeiras, eleitas democraticamente, deveriam ter sido preenchidas no segundo semestre de 2023; no entanto, o Congresso não apresentou os candidatos ao tribunal eleitoral, e as eleições de magistrados foram adiadas.

Crise na Bolívia: Manifestantes exigem renúncia

No final do ano passado, juízes decidiram que bolivianos não podem concorrer à presidência após dois mandatos, consecutivos ou não. Isso intensificou a oposição a Evo Morales, que teve três mandatos consecutivos e planejava concorrer novamente nas eleições de 2025.

O atual presidente, Luis Arce, condenou os bloqueios, especialmente por seu início coincidir com uma data significativa para o país. Contudo, os protestos continuam firmes, à espera de uma resposta direta do governo sobre a permanência ou não dos juízes em questão.

Manifestantes planejam bloqueios indefinidos até convocação de novas eleições judiciais e renúncia de juízes atuais.

No quarto dia de protestos, diversos caminhões estão parados, carregados no lado boliviano. Aliás, eles aguardam a liberação dos manifestantes para cruzarem para o lado brasileiro e seguirem suas rotas. Há também caminhões do lado brasileiro da fronteira, esperando autorização para entrar no país e, consequentemente, prosseguir com o carregamento. A Associação Empresarial de Cochabamba, FEPC, estima que os bloqueios já geraram um prejuízo de 115 milhões de bolivianos (US$ 16,6 milhões) ao departamento neste ano.

Por: Júlia Vilela | Especialista em azeite de oliva e óleo de girassol

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