O relatório de oferta e demanda do USDA de novembro trouxe uma surpresa importante e estrutural com o corte da safra americana. Nenhuma estimativa do setor privado dos EUA apontava para uma nova perda de produção na proporção anunciada. O USDA confirmou o novo número de perdas e consolidou um preço do milho para a CBOT acima de US $ 4,00 / bushel até a safra 2021 de setembro. Isso porque o corte de estoques também se acentuou para o menor desde 2014, o que pressiona os resultados da safra sul-americana de 2021 e do próximo plantio nos Estados Unidos. O USDA também prevê aumento das importações chinesas neste ano comercial.
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A safra americana 2020 foi plantada em uma janela perfeita, ou seja, até 30 de maio para o milho e até 15 de junho para a soja. Não houve obstáculos como em 2019 para o plantio, nem para o desenvolvimento em julho na fase crítica da polinização do milho. Em agosto, uma tempestade atingiu Iowa e parte de Illinois, com ventos fortes, danificando a maioria das plantações de milho e parte da soja. A sequência foi um clima mais seco para ambos os estados. Porém, o milho estava pronto, e o clima mais seco atingiu as lavouras de soja, basicamente, devido ao momento decisivo para o nível de produção.
O USDA cortou a produção nos relatórios de setembro e outubro, e ainda não havia expectativa do mercado de que os cortes pudessem ser mais profundos. Neste mês de novembro, o mercado ainda esperava algum ajuste para baixo, e o departamento trouxe um corte maior do que o esperado. A produtividade caiu para 175,8 bushels / acre, a menor desde 2018, elevando a produção para 368,5 milhões de toneladas, ainda um bom número histórico, mas bem abaixo das projeções iniciais de 384/400 milhões de toneladas.
Por: Arno Baasch | Fonte: Agência SAFRAS Latam