A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou do webinar “Exportação e panoramas setoriais – agronegócio”, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), nesta quarta-feira (22).
Os debatedores foram a coordenadora de Exportação da CNA, Camila Sande, a analista do Núcleo de Agronegócios do Sebrae, Claudia Stehling, e o gestor de mercados privados da Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), Dailson Andrade Santos. O evento foi moderado pela coordenadora de Canais e Parcerias para Internacionalização da CNI, Ludmila Carvalho.
A ideia da transmissão ao vivo foi discutir oportunidades e como as pequenas e microempresas do agronegócio podem iniciar o processo de internacionalização de seus negócios.
Segundo dados da CNA, as exportações do agro brasileiro seguem em crescimento mesmo em meio à crise global provocada pela pandemia. O setor já responde por 51% das exportações totais neste ano. Até junho de 2020, as exportações do agro somaram US$ 51,8 bilhões, mais da metade de toda a receita obtida em 2019 com as vendas externas.
Camila Sande apresentou o projeto Agro.BR, uma parceria da CNA com a Apex-Brasil para promover ações de internacionalização e promoção comercial de produtos brasileiros do agro. Com três meses de atuação, a iniciativa já conta com 271 inscritos.
“O nosso projeto vai desde o produtor que quer se familiarizar com o comércio exterior, que precisa de uma ajuda gerencial e técnica para a sua propriedade se preparar para a exportação até aquelas empresas que já estão mais preparadas e querem ampliar a sua presença”, disse ela.
Claudia Stehling falou sobre como os pequenos negócios rurais podem ser competitivos na exportação, a partir de pontos como conhecimento do negócio e produto, etapas do processo, mercados, venda e pós-venda e parcerias necessárias.
A analista do Núcleo de Agronegócios do Sebrae também destacou as oportunidades oferecidas por meio de mercados de nicho, produtos diferenciados, exportação indireta com outras empresas e agregação de valor através de certificações e identificação geográfica.
“A internacionalização não é um bicho de sete cabeças. É algo bem possível e uma oportunidade para os pequenos negócios. Muitos já descobriram isso e estão alcançando sucesso com seus produtos. Agora, isso é uma construção que exige paciência, persistência e conhecimento”, afirmou ela.
Umbu – A trajetória da Coopercu é exemplo disso. Formada por agricultores familiares do sertão baiano, a cooperativa exporta doces e geleias a base de frutas nativas da região desde 2009. Hoje, países como França, Alemanha, Itália e Áustria já conhecem o sabor do umbu.
Dailson Santos apresentou o modelo de negócio da cooperativa, estruturado no contato direto com compradores em feiras internacionais, contratos de representação comercial para o mercado externo, parcerias com tradings e comerciais exportadoras e associação com cooperativas da agricultura familiar para ampliação do portifólio.
“Queremos, até dezembro de 2021, fazer com que 5% das nossas vendas venham do mercado externo. Quando decidimos começar a exportar era muito mais difícil. Hoje, temos o projeto Agro.BR e ferramentas como rodadas de negócios virtuais. Erramos muito, mas também aprendemos e, agora, temos essa expertise”, declarou o gestor de mercados privados da Coopercuc.
Fonte: DATAGRO
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