Moagem de cacau cresce 4,43%


Imagem: Pixabay

Depois da queda na temporada passada, a moagem de cacau brasileiro apresentou recuperação no volume de amêndoas no acumulado de 2021, de acordo com os dados levantados pelo SindiDados – Campos Consultores e compilados pela Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). Foram moídas um total de 224.168 toneladas de amêndoas de cacau no período, número 4,43% superior às 214.657 toneladas de 2020, ano marcado pelo pico dos casos de Covid-19 no mundo e a consequente queda no consumo. O volume alcançado em 2021 superou inclusive as 219.853 toneladas moídas em 2019, com alta de 1,96%, sendo o melhor resultado computado desde 2014.

“Em relação à moagem, há a expectativa de que continue crescendo. No entanto, por conta dos impactos da pandemia na economia e na vida das pessoas, ainda é incerto prevermos um número exato, mas esperamos no mínimo manter o patamar de 2021”, afirma Anna Paula Losi, diretora-executiva da AIPC.

Junto do aumento da moagem as indústrias registraram também um incremento no volume de amêndoas nacionais recebidas. Em 2021 o volume total ficou em 197.654 toneladas, superando em 13,4% o acumulado de 2020, que foi de 174.283 toneladas.

Recebimento por estado bate recorde na Bahia

A Bahia continua liderando os recebimentos nacionais de cacau, com 140.928 toneladas em 2021, resultado acima de todos os acumulados desde 2017. No primeiro trimestre, foram computadas cerca de 9.296 toneladas e, na safra temporã, que compreende os meses de maio a setembro, foram 94.534 toneladas. Já o recebimento do Pará, segundo maior produtor do país, ficou abaixo dos últimos anos, fechando o período em 49.821 toneladas, queda de 24,6% em comparação ao acumulado de 2020, quando o recebimento ficou em 66.133 toneladas. A queda da produção e consequentemente do recebimento se deveu às oscilações climáticas, que afetaram o final da safra principal e também a safra temporã, o que resultou em um recebimento de 34.372 toneladas, ante 45.279 toneladas em 2020. O recebimento de amêndoas do Espírito Santo fechou o ano com 5.261 toneladas, queda de 6% em relação às 5.600 toneladas de 2020, enquanto Rondônia ficou praticamente estável, com 1.584 toneladas.

Importações e exportações

Mesmo com o aumento do volume de recebimento nacional, as indústrias precisaram recorrer à importação a fim de atender a demanda por derivados dos clientes internacionais. O volume adquirido em outros países é de fundamental importância para que as indústrias processadoras sigam operando com capacidade ociosa dentro do limite aceitável, garantindo a sustentabilidade da cadeia e a manutenção do funcionamento das plantas.  No acumulado do ano foram importadas 59.768 toneladas de amêndoas, volume 6,6% superior ao volume importado em 2019, período pré-pandemia. Em 2020, o volume importado ficou muito abaixo dos patamares normais, em 35.723 toneladas, devido ao isolamento social e aos impactos da pandemia, que derrubaram o consumo de chocolates e derivados em todo o mundo.

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Já a exportação de derivados no acumulado de 2021 ficou em 54.616 toneladas, alta de 9,4% em relação às 49.916 toneladas embarcadas em 2020. O volume também ficou 7,7% acima do acumulado de 2019, quando as exportações fecharam em 50.723 toneladas. Os principais destinos dos derivados de cacau brasileiros são os mercados da Argentina, Estados Unidos e Chile.

Perspectivas para 2022

Apesar do aumento do recebimento de cacau nacional por parte das indústrias processadoras e do aumento da moagem no ano passado, as condições climáticas ruins podem comprometer o volume entregue às indústrias em 2022. Isso porque as fortes chuvas ocorridas na Bahia em dezembro, causaram estragos em muitos municípios, o que pode afetar o desempenho da safra temporã. Inicialmente, a expectativa das indústrias era de que o recebimento ficasse em torno de 180/ 190 mil toneladas. “Agora, precisamos verificar o real impacto que as chuvas tiveram não só sobre a produção, mas também sobre a infraestrutura das regiões para entender os efeitos”, pondera Anna Paula.

dados AIPC.

Por: Aline Merladete | Agrolink

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