O mercado de agroquímicos está mudando – essa é a principal mensagem passada na abertura da 9ª AgrochemShow, que iniciou nesta segunda-feira (22.08) em São Paulo. “As grandes empresas amargaram perdas nesse primeiro semestre de 2016. Haverá um processo de grandes mudanças no setor”, projetou Ma Chuyan, representante do sub-conselho de Indústria Química do CCPIT (China Council for the Promotion of International Trade).
A dirigente informou que reformas econômicas estão em pleno andamento na China: “Acreditamos que estamos regulando processo de qualidade e sustentabilidade. O setor está eliminando empresas não qualificadas, e os produtos chineses hoje estão buscando garantia de qualidade e segurança para a saúde”.
Jalen Fan, também membro do CCPIT, corroborou essa afirmação e acrescentou que a China já entrou “em um processo desenvolvido e maduro de regulamentação e registro. Cada empresa precisa, no mínimo, de três autorizações de órgãos diferentes para iniciar a produzir, podendo chegar a seis ou até mais”.
Ele lembrou que o consumo de agroquímicos no mundo chegou a nada menos que US$ 87 bilhões, principalmente para soja (16%), cereais (14%) e arroz (7%). A China é responsável por produzir 17% do total, enquanto o Brasil detém 16% e os Estados Unidos fabricaram 12%.
“A lei chinesa de agroquímicos foi criada em 1997, revisada em 2001 e está em processo de atualização esse ano, devendo ser apresentada em breve com tendência para a diminuição da burocracia e um planejamento para os próximos 13 anos. Após o país experimentar um grande crescimento do setor desde 2012, o momento é de estabilidade, com mais atenção à proteção ambiental – que é o grande problema da China atualmente. Mais de 150 empresas foram punidas apenas no ano passado, e muitas outras estão sob reavaliação”, explica Jalen Fan.
O representante do CCPIT afirma que o crescimento do mercado de pesticidas chinês deve ser em torno de zero, com expansão apenas no segmento de biodefensivos. O que os chineses buscam agora, segundo ele, são ferramentas que otimizem aplicações aéreas inteligentes, para as quais há muita demanda. Além disso, querem desenvolver uma plataforma de compra e venda online no Brasil e no Paraguai, assim como já existe na China.