Israel está prestes a aprovar um plano dos Estados Unidos para um cessar-fogo com o grupo libanês Hezbollah, informou uma autoridade israelense sênior nesta terça-feira (26). A medida pode abrir caminho para o fim de um conflito que já dura 14 meses. Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, o conflito resultou em milhares de mortes.
O otimismo foi compartilhado pelo ministro das Relações Exteriores do Líbano, Abdallah Bou Habib, que expressou esperança em uma reunião do G7 na Itália de que o cessar-fogo seria anunciado até o fim do dia.
O gabinete de segurança de Israel deve se reunir ainda hoje para discutir e possivelmente aprovar o texto, em uma reunião liderada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, segundo a autoridade.
Se aprovado, o plano permitirá uma declaração formal de cessar-fogo pelos presidentes Joe Biden (EUA) e Emmanuel Macron (França), conforme relatado por quatro fontes libanesas à agência Reuters.
Em Washington, o porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, afirmou na segunda-feira: “Estamos perto, mas nada está concluído até que tudo esteja concluído”. A Presidência da França confirmou progressos significativos nas discussões entre Israel e o Hezbollah, apoiado pelo Irã.
Principais termos do acordo
De acordo com o plano, tropas israelenses devem se retirar do sul do Líbano dentro de 60 dias, sendo substituídas pelo Exército libanês na região, atualmente controlada pelo Hezbollah. O grupo também deve encerrar sua presença armada ao sul do rio Litani, conforme informado pelas autoridades.
No Líbano, as autoridades já aprovaram o acordo. Elias Bou Saab, vice-presidente do Parlamento libanês, declarou que não há mais obstáculos significativos para sua implementação, a menos que Netanyahu volte atrás.
Conflito em meio às negociações
Enquanto as negociações avançam, ataques aéreos israelenses continuam destruindo subúrbios do sul de Beirute controlados pelo Hezbollah. Em resposta, o grupo intensificou os disparos de foguetes contra Israel.
Os danos causados pelos ataques deixaram mais de 1 milhão de pessoas desalojadas no Líbano, agravando a crise humanitária em meio ao inverno. Por outro lado, em Israel, um cessar-fogo permitirá que cerca de 60.000 pessoas retornem ao norte do país. Essas pessoas haviam evacuado devido aos ataques do Hezbollah, que ocorreram em apoio ao Hamas. Esses ataques tiveram como contexto o ataque de 7 de outubro de 2023.
Israel afirma ter desferido golpes significativos contra o Hezbollah desde setembro, incluindo a morte de seu líder, Sayyed Hassan Nasrallah, e outros comandantes.
Impacto humano
No último ano, o conflito no Líbano causou mais de 3.750 mortes. Além disso, forçou um milhão de pessoas a abandonar suas casas, segundo o Ministério da Saúde libanês. Por outro lado, ataques do Hezbollah resultaram na morte de 45 civis no norte de Israel e nas Colinas de Golã. Também foram registrados 73 soldados israelenses mortos em combate.
“Com relação ao cessar-fogo, acredito que será implementado. Ambos os lados estão exaustos”, afirmou Selim Ayoub, mecânico de 37 anos, residente nos subúrbios do sul de Beirute.
Fonte: Notícias Agrícolas