A Agência Internacional de Energia (IEA) informou em um relatório na quinta-feira que a meta de limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius poderá resultar na redução pela metade dos atuais 800 bilhões de dólares investidos anualmente no setor global de petróleo e gás até 2030.
O relatório acrescentou que não seriam necessários novos projetos de longo prazo no setor de petróleo e gás se essa meta fosse atingida, e alguns projetos atuais precisariam ser encerrados.
Os maiores emissores do setor global de petróleo e gás têm um “vasto potencial para melhorias”, disse a IEA, pois enfrentam escolhas em meio a uma crise climática alimentada em grande parte por seus produtos.
O setor precisará reduzir as emissões em 60% até 2030 para se alinhar às metas climáticas e limitar o aquecimento a 1,5ºC acima da média pré-industrial definida no Acordo de Paris, disse a IEA.
As temperaturas deste ano podem ser as mais quentes em 125.000 anos. Há preocupações de que o limite de 1,5°C seja ultrapassado nesta década. Isso poderia resultar em mais desastres climáticos mortais.
“O mundo enfrenta uma crise climática severa. Os impactos são crescentes. Manter os negócios habituais é irresponsável. Esta visão é compartilhada por Fatih Birol, diretor executivo da IEA.”
Setor de petróleo e gás como ‘força marginal’ investindo em energia limpa para sustentar a demanda futura
As empresas de petróleo e gás, afinal, representam apenas 1% do investimento global em energia limpa. Desse total, 60% provém de quatro empresas, tornando-as uma “força marginal, na melhor das hipóteses”, segundo a IEA.
Anteriormente, a IEA prevê que o setor não desaparecerá durante a transição para emissões líquidas zero. Serão necessários investimentos, contudo, para garantir a segurança do fornecimento de energia e fornecer combustível a setores desafiadores de redução de emissões.
O setor de petróleo e gás, contudo, possui habilidades e recursos essenciais. Está apto a impulsionar tecnologias de energia limpa, como hidrogênio, captura de carbono, energia eólica offshore e biocombustíveis líquidos. Essas tecnologias têm, assim, potencial para compor 30% da energia consumida até 2050.
Entretanto, o relatório da IEA prevê que a demanda global por petróleo e gás alcance o pico em 2030. A expectativa é que, até 2050, a demanda diminua em 45%, comparada aos níveis atuais, caso os governos cumpram suas promessas nacionais de energia e clima.
Certamente, essas projeções indicam uma mudança significativa no cenário energético global, pois a transição para fontes mais limpas e sustentáveis é inevitável. O papel adaptativo do setor de petróleo e gás, então, torna-se crucial nesse contexto em constante evolução.
Fonte: Notícias Agrícolas