Imagem: Pixabay
O grupo de restaurantes Madero anunciou nesta quarta-feira um contrato de compra e venda com a produtora de biodiesel BSBios para fornecer Óleo de Cozinha Usado (UCO, na sigla em inglês) como matéria-prima para a fabricação do biocombustível.
O contrato prevê o recolhimento de 55 mil litros de UCO por mês, informaram as companhias em nota conjunta sem detalhar valores da envolvidos no negócio.
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O recolhimento será feito em 270 restaurantes do Grupo Madero, incluindo Madero Container, Madero Steak House e Jeronimo Burger, em todo o país.
“O uso do UCO é uma alternativa duplamente sustentável, pois diminui o descarte inadequado do resíduo e colabora para a produção de um combustível comprovadamente renovável”, disse Erasmo Carlos Battistella, presidente da BSBios, líder em vendas de biodiesel no Brasil.
Os resíduos de óleo serão reservados, cumprindo os requisitos da regulamentação vigente, e recolhidos pelos mesmos veículos que abastecem os restaurantes com suprimentos, formando, assim, o processo de logística reversa.
Segundo as companhias, este tipo de estratégia configura um modelo de economia circular –quando o desenvolvimento sustentável se dá por meio de modelos de negócios que priorizam insumos recicláveis e renováveis.
Como o UCO é considerado uma matéria-prima residual na produção do biodiesel, não são atribuídas emissões de gases de efeito estufa (GEE) referente a sua geração, tornando-o mais eficiente no processo de descarbonização.
O CEO do Grupo Madero, Júnior Durski, disse também em comunicado que o resíduo do óleo de cozinha industrial é um item potencialmente poluidor quando descartado de maneira inadequada, sendo necessárias alternativas que possibilitem a reciclagem.
“Por isso, a parceria com a BSBios neste processo de logística reversa é importante para promovermos equilíbrio não só ambiental, mas também econômico.”
No Brasil, o UCO representa cerca de 2,25% da matéria-prima usada para produção de biodiesel, disseram o Madero e a BSBios com base em dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Na região Sudeste, porém, essa participação chega a 20%.
“A BSBios pretende ampliar sua utilização (do UCO), que representou 4% da matéria-prima utilizada em 2022 para produção de biodiesel”, estimou a companhia.
A empresa lembrou que tomou um financiamento de 40 milhões de reais no final de 2022 com o banco Santander vinculado a compromissos ESG.
Entre as contrapartidas acordadas para a transação estão a ampliação de um projeto social de coleta de UCO, em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul.
Na unidade da BSBios na Suíça, por exigência da legislação local, a planta utiliza exclusivamente o UCO de canola e, em menor proporção, de girassol como matéria-prima para produção de biodiesel.
Fonte: Nayara Figueiredo | Notícias Agrícolas