Os agropecuaristas goianos estão apostando no Cavalo Crioulo como uma ferramenta de trabalho na pecuária extensiva. Com a habilidade e rusticidade da raça no trabalho a campo, muitos criadores de gado tem buscado animais para compor plantéis nas fazendas. Segundo dados da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), o número de exemplares no Estado cresceu 12,49% no ano que passou, chegando a 1.315 animais no território goiano, enquanto a média em todo o Centro Oeste brasileiro no período foi de 7,27%. No país, a evolução em 2016 foi de 4,35%.
Conforme o analista de Expansão da ABCCC, Gérson de Medeiros, Goiás tem por sua natureza o formato de grandes propriedades e, consequentemente, necessitam de cavalos de serviços para o manejo diário das fazendas. Mas as modalidades esportivas também têm atraído interessados. “O laço faz parte do trabalho de campo em uma criação extensiva e o Cavalo Crioulo se destacou neste quesito, o que impulsionou a participação em provas de laço comprido, considerada de maior êxito no Estado, e ainda fez bonito obtendo sempre bons resultados. Isso nos ajudou a difundir o Cavalo Crioulo e a demonstrar a destreza e qualidade do nosso cavalo para tal finalidade”, observa.
Na maior competição da raça Crioula, o Freio de Ouro, os criadores radicados em Goiás vêm apresentando bons resultados, tanto que a propriedade com maior número de classificados para a final é goiana. A Cabanha Gameleira, de Boa Vista do Goiás, estará na grande final da modalidade, que ocorre durante a Expointer, em Esteio (RS), com quatro animais de um total de 96 finalistas. “O principal fator que conseguimos chegar nestes resultados foi a escolha de animais com a genética extremamente funcional. Foi uma prioridade na nossa escolha. Além disso, a mão de obra com ginete e domador de qualidade e condições clínicas dos animais e respaldo ao trabalho do nosso médico veterinário garantiram animais saudáveis para ter o melhor desempenho”, destaca o criador Vitor Penner, proprietário da Gameleira.
Ele também salienta que o crescimento da raça em Goiás também se deve ao incentivo e promoção do Núcleo de Criadores do Distrito Federal, na qual os criadores goianos estão ligados. A repercussão dos resultados, conforme Penner, tem auxiliado na difusão da raça entre os agropecuaristas do Estado. “Além das provas, temos criadores também comprando animais para trabalhos com a pecuária. Depois desta repercussão das conquistas, que foi grande na nossa região, temos criadores de outras raças interessados no Cavalo Crioulo”, salienta.
Medeiros sinaliza que o fato do Freio de Ouro, principal ferramenta de seleção na raça Crioula, ser conhecida em todo país, está deixando os interessados na raça bem informados e integrados com os eventos promovidos pela ABCCC. “Isso facilitou com que criadores de fora do eixo Sul tivessem maior conhecimento sobre a seleção e já conhecendo a habilidade da raça, devido ao laço comprido, buscaram genética e qualidade em suas criações. Por isso hoje vemos o maior expositor do Freio de Ouro sendo de um Estado que ainda não tinha tradição nesta prova. Isso vem ao encontro do projeto de expansão da ABCCC iniciado em 2015, nos deixando felizes e orgulhosos, pois vemos que estamos no caminho certo”, avalia.
Fonte: Agrolink