O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, cuja trajetória de quase 12 anos no cargo foi marcada por uma grave crise econômica e social, será empossado para um terceiro mandato nesta sexta-feira (10). A cerimônia acontece em meio a uma intensa disputa de seis meses sobre os resultados da eleição presidencial de julho e a apelos internacionais para que ele deixe o poder.
Maduro, que assumiu a presidência em 2013, foi declarado vencedor pela autoridade eleitoral e pelo tribunal superior da Venezuela. No entanto, a ausência de atas detalhadas que confirmem sua vitória levanta questionamentos sobre a transparência do pleito.
A oposição, por sua vez, defende que as atas das urnas comprovam uma vitória esmagadora de seu candidato, Edmundo González, reconhecido como presidente eleito por diversos governos, incluindo os Estados Unidos. Observadores internacionais apontaram irregularidades e classificaram o processo eleitoral como injusto.
Tensões e detenções após as eleições
Nos meses seguintes à eleição, o cenário político venezuelano se tornou ainda mais turbulento. González fugiu para a Espanha em setembro, enquanto sua aliada, Maria Corina Machado, permanece escondida no país. Além disso, o governo deteve diversas figuras da oposição e manifestantes.
González declarou recentemente sua intenção de retornar à Venezuela para assumir o cargo de presidente, mas não revelou detalhes sobre como realizará esse retorno. O governo acusa a oposição de conspirar contra Maduro e afirmou que prenderá González se ele voltar, além de oferecer uma recompensa de 100.000 dólares por informações que possam levar à sua captura.
Tanto González quanto Machado estão sendo investigados pelo gabinete do procurador-geral por suposta conspiração. Contudo, apenas González possui um mandado público de prisão.
Maria Corina Machado e o crescente apoio à oposição
A tensão aumentou na quinta-feira (9), durante a primeira aparição pública de Maria Corina Machado desde agosto. Maria Corina Machado participou de uma marcha contra o governo em Caracas, onde autoridades a detiveram brevemente. Seu movimento político relatou que ocorreram disparos durante o evento e que derrubaram Machado de uma motocicleta enquanto ela tentava deixar o local. Posteriormente, a obrigaram a gravar vídeos antes de libertá-la.
“Agora estou em um lugar seguro e com mais determinação do que nunca para continuar com vocês até o fim!”, declarou Machado em uma publicação na rede social X. Ela foi impedida de concorrer às eleições, mas permanece uma figura central na oposição ao governo de Maduro.
O governo negou qualquer envolvimento no incidente e classificou o episódio como uma tentativa da oposição de gerar apoio para Machado.
Source: Notícias Agrícolas