O levantamento da DATAGRO Grãos indica um recorde de importação do complexo soja para este ano, estimando 123,4 milhões de toneladas. Isso representa um aumento de 21,4% em relação a 2022, quando foram exportadas 101,7 milhões de toneladas.
Isso inclui 99,0 milhões de toneladas de soja em grão, 22,0 milhões de toneladas de farelo de soja, e 2,4 milhões de óleo de soja.
Uma das razões para esse aumento é a produção estimada em 157,0 milhões de toneladas em 2023. Com essa grande quantidade destinada à exportação, as exportações de soja e seus derivados devem gerar uma receita total de US$ 66,7 bilhões, ademais. Essa receita será composta por US$ 52,5 bilhões das vendas de soja em grão, um aumento de 12,9%. Além disso, US$ 11,6 bilhões virão da comercialização de farelo, também com aumento de 12,9%.
Outros US$ 2,6 bilhões virão do óleo, mas com estimativa de queda de 32,9%. “Essas projeções consideram preços médios mistos este ano, mas com predomínio de quedas”, diz Flávio Roberto de França Junior, economista da DATAGRO Grãos.
A projeção para a receita total das exportações brasileiras deste ano é de US$ 330,0 bi, 1,2% menor que o recorde de 2022. Se as estimativas se concretizarem, o complexo soja contribuirá com 20,2%. Proporção superior ao recorde de 18,2% do ano passado e bem acima dos 15,6% da média de participação dos últimos 10 anos.
Projeções para 2024: Volume de exportação em alta, receita em queda no complexo soja
As primeiras previsões da DATAGRO Grãos para o ano que vem apontam avanço no volume, mas indicam redução da receita na comparação com 2023. “Isso por conta da expectativa de alguma retração nos preços FOB de exportação médios em todo o complexo no próximo ano”, explica França Junior.
As saídas do complexo soja estão projetadas em 128,4 milhões de toneladas, um aumento de 4,1% em relação ao previsto para este ano. Seriam 103,0 milhões de toneladas de soja; 23,0 milhões de toneladas de farelo e 2,40 milhões de toneladas de óleo de soja.
Entretanto, em relação à receita, os números iniciais apontam para US$ 62,3 bilhões, o que representaria uma queda de 6,7% em relação ao ano atual. Para a soja em grão, prevê-se US$ 49,4 bilhões (-5,8%); no caso do farelo, US$ 10,3 bilhões (-11,2%); no óleo, US$ 2,5 bilhões (-4,5%).
“Apesar dos ganhos nos volumes, temos a estimativa de limitação nos ganhos de receita por conta da previsão de preços médios um pouco menores”, diz França Junior.
Destaca-se, no entanto, a possibilidade de redução na participação das exportações do complexo soja nos embarques gerais do Brasil. De 20,2% em 2023, essa participação poderia diminuir para 18,3% em 2024. Ainda assim, seria a segunda maior da história e superior à média dos últimos 10 anos, que foi de 15,6%.
Fonte: Datagro