Crise do cacau e Páscoa: o que a indústria pode (e deve) fazer

Revisão por Vanessa Ferreira

Crise do cacau pressiona a Páscoa 2025: o que a indústria pode (e deve) fazer agora
Imagem: Canva

A indústria global de chocolate enfrenta uma de suas fases mais desafiadoras. Um déficit estimado em 400 mil toneladas de cacau — provocado principalmente pela queda da produção africana, devido ao envelhecimento das plantações e ao avanço de doenças — levou o preço da amêndoa ao maior patamar da história em 2024.

No Brasil, o impacto é direto: embora haja produção interna, o país depende da importação do cacau africano e sofre com a redução da oferta. Entre dezembro de 2023 e 2024, o preço do cacau acumulou alta de 189%, com picos de até 282%, segundo a Abia. Essa valorização, por outro lado, reacendeu o interesse pela cultura, estimulando a expansão do cultivo em novas regiões.

Desaceleração da produção nacional e gargalos na cadeia

A indústria processadora brasileira recebeu 179,4 mil toneladas de amêndoas em 2024, uma queda de 18,5% em relação ao ano anterior. As importações também caíram (de 43,1 mil para 25,5 mil toneladas), enquanto as exportações de derivados cresceram 6,2%, totalizando mais de 50 mil toneladas, segundo dados da AIPC.

Ainda assim, a produção local está longe de suprir a demanda interna. A capacidade da indústria processadora brasileira é de 275 mil toneladas, mas a média de produção nacional gira em torno de 190 mil toneladas por ano. A expectativa para a safra 2025/26 é otimista, podendo ultrapassar as 200 mil toneladas.

Com o mercado pressionado, a necessidade de planejamento estratégico, alternativas técnicas e eficiência operacional se torna ainda mais urgente — especialmente diante da chegada da Páscoa, uma das datas mais relevantes para a indústria de chocolates.

Impacto direto nos preços dos ovos de Páscoa

Entre janeiro de 2023 e maio de 2024, os chocolates registraram aumento de até 18%. Para 2025, a tendência de encarecimento dos ovos de Páscoa é ainda mais forte. Como resposta, muitas empresas vêm antecipando suas estratégias de compra e reformulando produtos, inclusive com o uso de substitutos da manteiga de cacau.

CBS: uma solução viável e estratégica

A CBS (Cocoa Butter Substitute) vem se consolidando como uma alternativa eficiente à manteiga de cacau. Produzida a partir de óleos vegetais como o de palmiste, a CBS mantém as principais características sensoriais do chocolate, com vantagens operacionais e econômicas relevantes:

  • Textura e sabor semelhantes ao da manteiga de cacau, com sensação cremosa e derretimento agradável.
  • Custo mais competitivo, devido à maior oferta dos óleos vegetais utilizados.
  • Perfil nutricional favorável, livre de gorduras trans, atendendo à crescente demanda por alimentos mais saudáveis.
  • Maior estabilidade oxidativa, prolongando a vida útil dos produtos.
  • Estética impecável, com brilho e acabamento ideais para ovos de Páscoa.

Páscoa 2025: planejamento e inteligência de mercado fazem a diferença

Frente ao cenário desafiador, antecipar decisões e escolher os insumos corretos é o que pode diferenciar as marcas que manterão competitividade em 2025. A adoção estratégica da CBS é uma dessas decisões. Mais do que uma substituição técnica, trata-se de uma resposta inteligente à volatilidade do mercado.

Na Aboissa, acompanhamos de perto os movimentos do setor e oferecemos as melhores soluções em óleos vegetais e ingredientes estratégicos. Para esta Páscoa, nossa recomendação é clara: informação atualizada, parceiros confiáveis e agilidade na tomada de decisão são o caminho para transformar crise em oportunidade.

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