As cotações do milho em Chicago também recuaram durante esta semana, fechando a quinta-feira (09) em US$ 3,44/bushel, contra US$ 3,62 uma semana antes. Igualmente o mercado do milho trabalhou na expectativa do relatório de oferta e demanda do USDA, a ser divulgado neste dia 10/05. Por outro lado, a reviravolta nas negociações em torno do litígio comercial entre China e EUA atingem apenas parcialmente o mercado do milho já que os chineses não importam o referido produto.
Por enquanto, pesam muito sobre o mercado as preocupações climáticas já que o plantio do cereal nos EUA continua muito atrasado. O mesmo apontava, até o dia 05/05, 23% da área semeada, contra 46% na média histórica. Além disso, a partir de agora o plantio entra em seu período decisivo. A boa notícia é que existem perspectivas de melhora para o clima no Meio Oeste estadunidense nestes próximos dias.
Quanto ao relatório do dia 10/05, o mercado esperava uma indicação de colheita ao redor de 375,2 milhões de toneladas para a atual safra estadunidense que está sendo semeada. Os estoques finais locais ficariam em 54,4 milhões de toneladas. Em nosso próximo boletim comentaremos os números deste relatório.
Enfim, as vendas líquidas de milho por parte dos EUA, na semana encerrada em 25/04, somaram 586.500 toneladas, ficando 17% abaixo da média das quatro semanas anteriores.
Na Argentina a tonelada FOB de milho subiu para US$ 158,00, enquanto no Paraguai a mesma se manteve em US$ 102,50.
Já no Brasil, os preços estabilizaram, porém, mantendo o viés de baixa. O balcão gaúcho fechou a semana em R$ 30,29/saco, enquanto os lotes giraram entre R$ 32,50 e R$ 33,00/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes oscilaram entre R$ 23,00/saco em Sorriso e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 33,50 em Itanhandu (MG) e Concórdia (SC).
Em termos gerais os estoques ainda estão adequados junto aos consumidores enquanto a safrinha se aproxima da colheita (já em final de maio as primeiras áreas deverão ser colhidas). Em sendo assim, espera-se nova queda de preços a partir de junho em particular. O clima, nas áreas da safrinha, teria voltado ao normal, debelando as preocupações com a falta de chuva. Neste contexto, uma alta nos preços do milho somente viria se o Real aumentar ainda mais a sua desvalorização, estimulando as exportações, e/ou ocorrer realmente problemas com a safra de milho nos EUA, a qual está sendo semeada e cuja colheita se dará a partir de setembro.
Por enquanto, com a entrada da safrinha as pressões de venda deverão ser importantes pois ainda não há estímulo suficiente para as exportações, mesmo a um câmbio ao redor de R$ 3,95 por dólar.
Neste sentido, as exportações brasileiras de milho, nos 21 dias úteis de abril, somaram apenas 426.000 toneladas, a um preço médio de US$ 186,00 por tonelada.
Postagem | Guilherme R. Bezzarro 16:21:09
Autor | Leonardo Gottems
Fonte | Agrolink