Image: Pixabay
As cotações do milho, em Chicago, não acompanharam a soja e registraram queda nesta semana, na comparação com a semana anterior. O bushel do cereal fechou a quinta-feira (06) em US$ 5,66, contra US$ 5,81 uma semana antes. O relatório de plantio nos EUA apontou uma área de milho maior em 6%, na comparação com o ano anterior. A mesma seria de 38,08 milhões de hectares. Ao mesmo tempo, o relatório de estoques trimestrais indicou uma redução de 6% sobre o mesmo período do ano passado, com os mesmos ficando, na posição 1º de junho, em 102,9 milhões de toneladas.
Soma-se a isso, a recuperação na qualidade das lavouras estadunidenses, as quais atingiram, no dia 02/07, a 51% entre boas a excelentes, ganhando um ponto percentual sobre a semana anterior. Mesmo assim, no ano passado, nesta época, 64% das mesmas estavam nesta situação. Outros 34% estão hoje em situação regular e 15% entre ruins a muito ruins. Neste dia 02/07 cerca de 8% das lavouras estavam em fase de embonecamento, contra 9% na média histórica para o período.
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E no Brasil, os preços continuam fracos, sem grandes evoluções. A média gaúcha, no balcão, fechou a semana em R$ 53,32/saco, sendo que as principais praças do Estado negociaram o produto a R$ 52,00/saco. Já nas demais praças nacionais o produto oscilou entre R$ 35,00 e R$ 52,00/saco.
Na B3, a quarta-feira (05) fechou com preços mais baixos, perdendo 1,8% na média semanal, com valores oscilando entre R$ 53,28 e R$ 63,15/saco.
Neste sentido, o indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) apresentou a menor média mensal desde maio de 2019, em valores reais (deflacionados pelo IGP-DI de maio/23). Este recuo seria o reflexo do avanço da colheita da segunda safra, que, apesar de atrasada na comparação com o ano anterior, tem ganhado ritmo e deve ser intensificada na segunda quinzena de julho. Com isso, a demanda pelo cereal voltou a enfraquecer, com compradores negociando de maneira pontual, apenas quando há necessidade. (cf. Cepea)
De fato, a colheita da safrinha 2023, no dia 29/06, atingia a 17% da área esperada no Centro-Sul brasileiro, contra 31% no mesmo período do ano passado. Neste contexto, espera-se uma safrinha maior, podendo chegar a 102,9 milhões de toneladas, com a produção total brasileira de milho alcançando 132,3 milhões de toneladas. (cf. AgRural)
Diante disso, a exportação nacional de milho, no corrente ano, poderá mesmo chegar a 50 milhões de toneladas, dependendo do mercado externo. O consumo interno ficaria em 81 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais seriam de 16,3 milhões de toneladas. (cf. StoneX) Ou seja, sem oferecer condições para os preços do cereal subirem no país.
Segundo ainda a consultoria StoneX, a safrinha de milho poderia alcançar pouco mais de 105 milhões de toneladas, enquanto a safra de verão teria ficado em 28,6 milhões.
Por outro lado, em junho o Brasil embarcou 1,03 milhão de toneladas de milho, ou seja, 4,5% acima do embarcado em junho de 2022. (cf. Secex) Mesmo assim, o ritmo ainda está baixo para se alcançar 50 milhões de toneladas em todo o atual ano civil. Mas o maior volume de exportação, historicamente, ocorre no segundo semestre. Neste sentido, a Anec projeta um volume de 6,3 milhões de toneladas a ser exportado em julho pelo Brasil.
Enquanto isso, a Conab informou que a safra de verão está colhida em 94,8% da área semeada no país. Já a segunda safra estaria colhida em 20% da área total. Os Estados mais adiantados são Mato Grosso (35,9%), Tocantins (30%), Maranhão (22%), Minas Gerais (9%), Goiás e Piauí (7%), Paraná (3%) e Mato Grosso do Sul (2%).
Especificamente no Mato Grosso, o Imea indica que a produção final da safrinha local poderá chegar a 50,2 milhões de toneladas, ficando 14,4% acima da registrada no ano anterior. A produtividade média deverá ser de 112,7 sacos/hectare. A colheita da safrinha mato-grossense atingia a 33,1% da área no início da presente semana, contra 44,1% na média histórica para esta época.
Por sua vez, o Deral informa que a colheita da safrinha de milho, no Paraná, chegava a apenas 3% da área no início da presente semana, sendo que 82% das lavouras estavam em boas condições, 15% regulares e 3% ruins.
Enfim, no Mato Grosso do Sul a colheita da safrinha chegou a 2,2% da área no dia 30/06, contra 5,8% na média histórica. O Estado sul-matogrossense continua estimando uma colheita final da safrinha em 11,2 milhões de toneladas, volume que representa um recuo de 12,3% sobre a colheita do ano anterior. Pelo lado dos preços locais, entre os dias 26/06 e 03/07 o saco de milho ficou em R$ 40,50 em média, sendo que 30,1% da safra estimada estava comercializada no início deste mês de julho.
Fonte: Aline Merladete | Agrolink
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