Conforme a análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), as cotações da soja depois de voltarem aos níveis mais baixos de semanas atrás, até o dia 1º de maio em Chicago, deram um salto de 30 pontos na quinta-feira (02), puxadas por problemas de greve nas moageiras na Argentina e as perdas provocadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Com isso, o bushel da oleaginosa fechou esta quinta-feira (02) em US$ 11,90, contra US$ 11,62 uma semana antes. A média de abril fechou em US$ 11,64, correspondendo a um recuo de 1,3% sobre o mês anterior. Lembrando que a média de abril do ano passado foi de US$ 14,88/bushel. Portanto, em um ano, o bushel de soja perdeu mais de três dólares.
Dito isso, o plantio da soja nos EUA transcorre bem, com o clima ajudando. Até o dia 28/04 o mesmo atingia a 18% da área esperada, ficando bem acima da média histórica para a data, que é de 10%. Isso pressiona para baixo Chicago.
Flutuações no mercado de soja: Impactos das exportações dos EUA e greves na Argentina
Além disso, na semana de 25/04, os EUA embarcaram 250.332 toneladas de soja, elevando o total do ano comercial para 38,7 milhões. Ou seja, ainda 18% a menos do que o exportado no mesmo período do ano anterior. Vale ainda destacar que o mercado espera o relatório de oferta e demanda de maio, previsto para o dia 10. O mesmo será o primeiro do ano a indicar projeções para a nova safra de soja mundial e dos EUA.
Por sua vez, na Argentina, trabalhadores das indústrias moageiras de soja iniciaram uma greve no dia 29/04, gerando temores de que possa, a partir deste movimento, faltar farelo de soja no mercado mundial já que a Argentina exporta cerca de metade do farelo negociado no mundo. Com isso, as cotações do farelo subiram em Chicago, fechando o dia 02/05 em US$ 357,10/tonelada curta, valor mais alto, para o primeiro mês cotado, desde fevereiro passado.
Em compensação, as cotações do óleo recuaram fortemente no período, atingindo a 42,29 centavos de dólar por libra-peso na semana, o valor mais baixo, para o primeiro mês cotado, desde o dia 22 de janeiro de 2021, portanto, há mais de três anos. Esta greve, juntamente com a de outros setores da economia do vizinho país, busca barrar ou limitar o avanço de uma reforma trabalhista liderada pelo presidente argentino Javier Milei, em curso no Congresso daquele país.
Fonte: Seane Lennon | Agrolink