A pandemia do coronavírus (Covid-19) deve aumentar a nível global a preocupação do consumidor com a segurança alimentar e a sustentabilidade da produção. Diante disso, o setor precisa estar preparado para essa corrida que está por vir e que passa fortemente pelas novas gerações através da tecnologia. O tema foi abordado no webinar “Competitividade do Agronegócio no mercado pós-COVID-19: o papel da tecnologia”, promovido nesta quinta-feira (07), pela Fundação Dom Cabral (FDC).
“A tecnologia digital está disponível e a grande oportunidade que existe é fazer com que essa geração de jovens entenda que é possível gerar valor, com diversificação, com transformação daquele produto básico em algo que o consumidor vai valorizar. E com a pandemia, ele quer um produto saudável”, ressaltou no webinar Plinio Nastari, presidente da DATAGRO e representante da Sociedade Civil no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Para o convidado Mateus Barros, líder de negócios da The Climate Corporation Latam, primeira startup unicórnio – aquelas que atingem preço de mercado de US$ 1 bilhão – do agronegócio, a tecnologia será fundamental nessa nova jornada que o setor deve perseguir diante da pandemia, apostando cada vez mais na utilização dos dados no campo para otimização dos processos de produção e rastreabilidade. “Não vai bastar ter o produto, o consumidor vai querer saber como o alimento foi produzido”, disse Barros.
A cadeia do agronegócio parece estar se mobilizando para atender essa demanda de consumo mais preocupada com a sanidade e sustentabilidade animal e vegetal. “Toda tecnologia tem uma curva de adoção, mas o digital é muito recente… O agricultor vendo valor, que aquilo vai adicionar produtividade, rentabilidade e sustentabilidade, ele vai adotar, mas ele também precisa de ajuda e temos que estar do lado dele”, destaca Mateus Barros.
Plinio Nastari reforça a necessidade de rapidez no treinamento e compreensão dessa corrida global por critérios de sanidade e qualidade, além de atenção das lideranças do setor. “O acesso a mercados e suas barreiras estará relacionado com esses critérios de sustentabilidade e quem não estiver cumprindo as exigências colocadas pelo consumidor estará fora, não só em perda de valor, mas do mercado como um todo”, ressalta.
“Antes da pandemia, a expectativa era de que a economia brasileira crescesse esse ano de 3% a 3,2% e, agora, já se fala em um retrocesso de 4%, mas todas as estimativas convergem para um crescimento do PIB agropecuário em torno de 2,4%. Isso significa que é o agro que está mantendo a atividade econômica e não poderia ser diferente, nós estamos em uma situação de guerra e em guerra a produção de alimentos é a coisa mais estratégica”, finaliza Nastari.
Fonte: DATAGRO
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