O especialista Luiz Fernando Pacheco, analista da T&F Consultoria Agroeconômica, explicou que existem vários motivos para o produtor brasileiro plantar mais trigo nesta próxima safra. De acordo com ele, as motivações variam da melhoria do solo até as razões econômicas, de mercado.
O primeiro deles, segundo o especialista, é a necessidade de o produtor conseguir diluir custos de sua propriedade no inverno, além de prover cobertura de solo na estação fria e não deixar em pousio. Além disso, muitos relatos técnicos mostram que, quando bem manejado, áreas de soja em cima de trigo são mais produtivas, ou ainda demandam menos investimentos em fertilidade.
“Porque, nesta safra, há a oportunidade de financiar a lavoura com a troca de insumos, já que o crédito agrícola está mais escasso (ligamos para o departamento de crédito de uma central de cooperativas que nos disse que não há crédito para todas as lavouras – os bancos distribuem crédito apenas um pouco para cada um, para ter para todos) e o agricultor tem que buscar alternativas – ou crédito mais caro no mesmo banco ou pelo sistema de barter, troca por grão”, indica.
Quando às razões de mercado, os preços apresentados até o momento para o trigo futuro, de R$ 680/700 no Rio Grande do Sul e R$ 800 no Paraná, são superiores aos mesmos preços oferecidos no início da safra passada, que iniciou com preços de R$ 600 no RS e R$ 700 no PR. “A rigor, o trigo terá uma lucratividade (retorno sobre o investimento) pelo menos igual à da soja e superior à do milho, nesta safra. Pelo que se afigura neste momento, a soja deverá ter seu preço recuado para R$ 70,00/saca FOB interior no segundo semestre”, completa Pacheco.
Fonte: Agrolink | Autor: Leonardo Gottems