O Brasil enviará 30 mil toneladas de arroz de alto padrão, beneficiado, para o Iraque no início do segundo semestre. Está confirmada a vitória da proposta de uma trading internacional no tender trade promovido pelo Ministério do Comércio iraquiano em 31 de março, no valor de US$ 549/ton (CIF). A exportação marca a volta do grão brasileiro ao mercado deste país após quase cinco anos desde que teve uma carga rejeitada por não alcançar os padrões da licitação, e traz esperança aos exportadores brasileiros de manter aberta essa opção de negócios. Outras 30 mil toneladas faziam parte do concurso, mas o operador abriu mão por considerar que não haveria tempo hábil para a entrega.
Toda a operação foi realizada por tradings internacionais, sem participação direta do setor no Brasil. As empresas globais cotaram preços em meados de março, mas câmbio e preços internos se alteraram. Por isso a negociação preocupa a cadeia produtiva, uma vez que os iraquianos são altamente exigentes quanto aos padrões e a logística brasileira não é assim tão favorável à exportação do grão beneficiado em granéis, pois são precisos vários “tombos” na carga da indústria ao destino final. Para piorar a situação, a aquisição é de arroz ensacado, o que exigiu a montagem de nova operação na entrega.
Agentes de mercado consideram que a proposta da trade está pelo menos US$ 30,00/ton abaixo do mercado, o que poderá exigir um esforço muito grande das operadoras e da indústria brasileira para abrir mão de margens e acessar o mercado iraquiano, que tem a fama de comprar muito e pagar bem.
“É um mercado que o Brasil deseja, mas que se não for atendido muito bem, nos coloca novamente na lista negra daquele país e por muito mais tempo”, reconhece um industrial gaúcho. A torcida da cadeia produtiva, agora, é para que a negociação dê certo e a carga alcance seu destino atendendo as especificações. Abrir essa janela comercial poderá garantir a exportação de 100 a 150 mil toneladas de arroz por ano para este destino, conforme a cadeia produtiva brasileira.
Fonte: Agrolink | Autor: PLANETA ARROZ