A produção recorde de milho registrada na safra 2016/17, que resultou na queda dos preços e num estoque de passagem elevado, deverá ter reflexos na próxima safra. O cenário foi apresentado pelo gerente de Produtos Agropecuários da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Thomé Guth, durante o 1º Seminário Abimilho, realizado nesta quinta-feira (5), em Recife/PE.
Durante o evento, a Companhia apresentou as perspectivas para a safra 2017/2018. De acordo com gerente, a alta disponibilidade do cereal no mercado doméstico, aliada a um contexto de oferta ampla também no exterior, torna a rentabilidade do milho inferior que a registrada para a soja, por exemplo. Neste contexto, é natural uma tendência de migração de plantio, por parte dos produtores, para culturas mais rentáveis.
Outras variáveis também podem exercer influência tanto no andamento quanto no planejamento da safra
brasileira de milho. Uma destas variáveis é a questão climática. “Ainda é cedo para afirmar, mas o atraso das chuvas em algumas regiões importantes, durante o período de plantio da safra de verão, pode encurtar a janela para a produção da segunda safra do grão, trazendo um maior risco para o produtor”, alertou. “A semeadura após o período ideal aumenta a chance do desenvolvimento do milho em período de menor disponibilidade pluviométrica”, explicou Guth.
Em 2016/17, o aumento da área de primeira safra, aliado a condições climáticas excelentes, permitiu ao Brasil atingir um volume de 97,2 milhões de toneladas de milho.