
Os futuros da soja seguem trabalhando em alta na Bolsa de Chicago nesta sexta-feira (11), acompanhando um movimento generalizado de recuperação das commodities agrícolas. Perto de 9h50 (horário de Brasília), os ganhos variavam de 2,50 a 5 pontos nos contratos mais negociados, com o maio e o agosto valendo US$ 10,31 por bushel.
Entre os derivados, o dia é de realização de lucros para o farelo, que vinha subindo forte nos últimos dias, e de ajuste para o óleo, que apresentava recuperação após perdas intensas nas sessões anteriores.
Na mesma bolsa, o trigo lidera as altas com ganhos superiores a 2%, com o primeiro contrato negociado a US$ 5,50 por bushel. Os traders voltam a observar os fundamentos do mercado e ajustam suas posições, atentos ao macrocenário e à escalada do conflito comercial, especialmente entre China e Estados Unidos.
Contexto global e safra americana no radar
A China anunciou um aumento nas tarifas sobre produtos norte-americanos para 125%, o que, segundo analistas e consultores, reacende o alerta para uma possível recessão global. Mesmo com os ajustes após quedas anteriores, os mercados seguem sensíveis aos desdobramentos da economia mundial.
Além do cenário macroeconômico, os traders acompanham o início da nova safra americana e as condições climáticas no Corn Belt e na América do Sul, fatores essenciais para o rumo dos preços dos grãos.
Suporte do USDA e impacto do câmbio
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou ontem seu novo boletim mensal de oferta e demanda. O relatório apontou uma redução nos estoques finais de soja e milho dos EUA. Além disso, indicou um aumento nas exportações norte-americanas de milho, o que sustenta os preços na CBOT.
Além disso, outro fator relevante é a movimentação cambial. Atualmente, o dólar registra queda de mais de 1% frente ao real, o que, consequentemente, contribui para a valorização da soja na Bolsa de Chicago. Essa combinação de dólar alto no Brasil, Chicago firme e prêmios positivos impulsionou, portanto, uma forte comercialização da oleaginosa brasileira. Como resultado, foram dias intensos de negociações. Ao todo, cerca de seis milhões de toneladas foram negociadas ao longo da semana.
Cotação recorde e avanço nas vendas
O volume elevado de vendas é resultado direto dos preços atrativos. Houve uma alta de cerca de R$ 10,00 por saca, conforme explica Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting. “Tivemos, nesta semana, as melhores cotações da soja do ano”, afirma o especialista. Ele destaca que o Brasil já tem quase 100 milhões de toneladas da atual safra negociadas, aproveitando os bons momentos do mercado.
Fonte: Carla Mendes | Notícias Agrícolas