Imagem: Pixabay
No acumulado de 2020, o Brasil arrecadou mais de US$ 28,4 bilhões com a venda de soja em grão para a China, 14,5% a mais que o obtido de janeiro a novembro de 2019. Segundo a Conab, a China tem potencial para importar 80% do volume total previsto.
Uma questão agora preocupa os produtores. Está em discussão na Organização Mundial do Comércio (OMC) a proposta do novo padrão chinês da soja.
A alteração proposta traz algumas diferenças que podem influenciar a classificação do grão. Na avaliação do Ministério da Agricultura o que pode interferir é a nova exigência da umidade do grão. Atualmente, o limite no Brasil é 14%, enquanto na China é de 13%.
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Para o órgão brasileiro o valor proposto no novo padrão chinês não deveria ser usado para classificar a soja por poder sofrer oscilações conforme a temperatura. As normas brasileiras da soja no Brasil também estão sendo discutidas. O padrão brasileiro, de 2007, passa por mudanças nesse momento.”Enquanto discutimos o novo padrão nacional, não podemos ignorar o padrão do nosso maior mercado consumidor (a China)”, disse o diretor da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Glauco Bertoldo.
O novo padrão chinês irá determinar os termos e definições, classificações, requisitos de qualidade, métodos de teste, regras de inspeção, rótulos, empacotamento, estocagem e requisitos de transporte para a soja. Para a diretora Comercial e de Marketing da LocSolution, empresa que trabalha com medidores de umidade de grãos da marca Motomco, Manoella Rodrigues da Silva, num primeiro momento, o novo padrão não deve impactar de forma significativa o mercado brasileiro. Ela avalia como positivo se a intenção é melhorar a qualidade do grão.
Manoella observa, entretanto, que apesar da capacidade produtiva do Brasil, as exigências do mercado internacional, quanto à qualidade do grão, tem se intensificado cada vez mais. “Grãos de alta qualidade dependem basicamente de uma boa cultivar, condições ambientais durante o seu desenvolvimento, época certa e procedimento de colheita, método de secagem e práticas de armazenagem”, explica.
“Ainda assim, existe uma grande preocupação do produtor rural em saber exatamente o momento de colher. Isso é um fator primordial para se obter a qualidade do grão, que deve estar dentro dos parâmetros estipulados de umidade, que no Brasil é de 12% a 14%”.
Manoella observa, entretanto, que apesar da capacidade produtiva do Brasil, as exigências do mercado internacional, quanto à qualidade do grão, tem se intensificado cada vez mais. “Grãos de alta qualidade dependem basicamente de uma boa cultivar, condições ambientais durante o seu desenvolvimento, época certa e procedimento de colheita, método de secagem e práticas de armazenagem”, explica.
“Ainda assim, existe uma grande preocupação do produtor rural em saber exatamente o momento de colher. Isso é um fator primordial para se obter a qualidade do grão, que deve estar dentro dos parâmetros estipulados de umidade, que no Brasil é de 12% a 14%”.
Uma forma de determinar o teor exato da umidade do grão e o momento certo de colher, é fazendo um monitoramento da lavoura. Para isso, o produtor rural precisa ter acesso às ferramentas existentes no mercado para obter o melhor resultado sobre a umidade do grão. “Os medidores de umidade de grãos já são bastante usuais em propriedades rurais e permitem que o produtor saiba exatamente o momento certo da colheita”, enfatiza a diretora.
Nos padrões de qualidade chinês, a soja com menos de 75% de grãos perfeitos não tinha uma classificação e agora ela entra como “fora de tipo”. O padrão chinês aborda também a questão de grãos perfeitos, mas no Brasil não há uma definição para grãos perfeitos, só para grãos que sofreram alguns problemas, que têm alguma avaria, defeito. O Brasil aguarda os esclarecimentos para entender as novas regras chinesas e como a regulamentação será implementada.
Por: Eliza Maliszewski | Agrolink