O Brasil deverá exportar apenas 1,24 milhão de toneladas de soja em dezembro. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) divulgou nesta quinta-feira que o Brasil exportou 3,79 milhões de toneladas no mesmo mês de 2023, um volume significativamente superior ao previsto para este ano.
Além disso, para o ano de 2024, o maior produtor e exportador global de soja prevê exportações totais de 97,1 milhões de toneladas. Esse número está abaixo da estimativa inicial de 98 milhões, divulgada no início de novembro.
Por outro lado, caso a projeção se confirme, baseada na programação de navios, o Brasil terá uma redução de 4% nas exportações de soja. Esse declínio será comparado ao recorde alcançado em 2023. Naquele ano, o Brasil exportou 101,3 milhões de toneladas.
Queda nas exportações de milho
A Anec estimou que o Brasil exportará 3,6 milhões de toneladas de milho em dezembro, uma redução de quase 3 milhões de toneladas em comparação ao mesmo período de 2023.
Com isso, a previsão total para o ano caiu para 37,6 milhões de toneladas. O volume está abaixo da projeção anterior divulgada pela Anec em novembro, que estimava 39,5 milhões de toneladas.
Em 2023, o Brasil se consolidou como o maior exportador global de milho, com embarques recordes de 55,56 milhões de toneladas. Problemas climáticos impactaram negativamente ambas as colheitas — soja e milho — em 2024, resultando em volumes abaixo do potencial.
Farelo de soja: Novo recorde em 2024
Enquanto as exportações de soja e milho registram quedas, o farelo de soja alcança novas marcas históricas. A Anec projetou a exportação do subproduto em 1,44 milhão de toneladas para dezembro. Esse volume representa uma redução de mais de 500 mil toneladas em comparação ao mesmo mês de 2023.
Ainda assim, o volume total projetado para 2024 é de 22,4 milhões de toneladas, superando ligeiramente o recorde anterior de 22,35 milhões alcançado em 2023.
A Reuters publicou uma reportagem em novembro que, desde então, já indicava a possibilidade de um recorde no farelo de soja. Além disso, o destaque foi o impulso gerado por uma corrida comercial. Esse movimento ocorreu especialmente antes da entrada em vigor da lei antidesmatamento da União Europeia (UE). No entanto, a lei, inicialmente prevista para o final de 2024, foi adiada.
Por outro lado, a UE permanece como o principal destino do farelo de soja brasileiro. Assim, essa dinâmica consolida ainda mais a posição estratégica do Brasil no mercado internacional.
Fonte: Roberto Samora | Notícias Agrícolas