Anfitrião da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP28), os Emirados Árabes Unidos estão no TOP 10 dos maiores produtores mundiais de petróleo. Contrastando com essa posição, o país abriu as portas para acelerar as discussões sobre o papel dos biocombustíveis na descarbonização do setor de transportes no mundo.
Mais uma vez, o governo brasileiro e o setor privado nacional chegam a um encontro de líderes mundiais coesos sobre a responsabilidade país na transição energética. A comitiva leva na bagagem um plano sobre as responsabilidades do Brasil, mas também como o país pode cooperar com o mundo no combate à mudança do clima.
“Pode parecer um paradoxo estarmos discutindo descarbonização em Dubai. Entretanto, para mim, é um sinal que um dos grandes produtores de petróleo dá ao mundo. A situação climática chegou ao limite e não é mais possível esperar. Felizmente, o Brasil tem muito a contribuir”, afirma Evandro Gussi, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica).
Painel na COP28 abordará a transiçãoenergética
A Unica e a Agência Brasileira de Promoção das Exportações (ApexBrasil) realizarão durante a COP28 um painel sobre a transição energética no contexto da Aliança Global para os Biocombustíveis (GBA).
A aliança, criada em conjunto por Índia, Brasil e EUA durante a última cúpula do G20 em Nova Déli, visa, analogamente, reunir 19 países e 12 organizações internacionais com o objetivo de fomentar a produção sustentável e o uso de biocombustíveis no mundo, e seguirá aberta a novas adesões.
O evento reunirá, no dia 1º de dezembro, representantes do governo brasileiro, como o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana. Representando o setor privado, o vice-presidente da Embraer, José Serrador, falará sobre o uso de biocombustíveis na aviação.
Debatedores internacionais destacam papel do Brasil no setor de biocombustíveis durante evento em Dubai
O debate, enfim, contará ainda com representantes de importantes entidades internacionais.
Assim, Vibha Dhawan, diretora geral do Instituto de Energia e Recursos (TERI) da Índia, estará presente. Analogamente, Federico Villareal, diretor de cooperação técnica do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), também confirmou participação. Paolo Frankl, chefe da divisão de energia renovável da Agência Internacional de Energia (IEA), está incluído na lista de presenças.
Ao longo de mais de 40 anos, o Brasil alcançou avanços tecnológicos, mercadológicos e políticas públicas na área bioenergética, inspirando e impulsionando ações internacionais. Junto com outros países do Sul Global, podemos ser, assim, para os biocombustíveis o que o Oriente Médio é para o Petróleo. Mais de 3 bilhões de pessoas podem ser beneficiadas com essa solução”, afirma Gussi.
Em Dubai, a ApexBrasil e a UNICA assinarão convênio de cooperação técnica e financeira. O acordo visa desenvolver programa setorial para promover e expandir o setor sucroenergético, válido até 2025. O ato será logo após o painel “Bioenergia e transição energética no contexto da GBA”.
A UNICA também cumprirá uma extensa agenda de reuniões e participação em painéis e debates sobre a pauta energética no contexto climático.
Fonte: Notícias Agrícolas