Após serem submetidos às etapas de extração, os óleos e as gorduras seguem para o processo de refino, no qual está o branqueamento – que também pode ser denominado descoramento ou clarificação -, e tem como propósito remover substâncias como proteínas, fosfatídeos, clorofila, xantofila, carontenóides e outras impurezas indesejáveis, mantendo a estabilidade dos óleos e gorduras, melhorando suas cores e outras características organolépticas, conferindo aos produtos maior valor agregado, atendendo as exigências de cada aplicação.
O Gerente Comercial responsável pela unidade de negócios Palm & Lauric Oils da Aboissa, Michel Malvasi, lembra que falar em refino físico há 30 anos seria praticamente impossível, já que as terras branqueantes da época não tinham a eficiência de hoje, quando também nem se falava em sílica para extração de fosfatídeos e metais. Somado a isso, as sementes oleosas eram mal acondicionadas, resultando e óleos brutos de qualidade bem inferior a que se tem hoje. Por essas razões, só era utilizado o refino químico, mais oneroso, além de ocorreram perdas e gerar efluentes.
“Hoje prevalece o refino físico, salvo exceções em que alguns óleos como o do algodão, devido suas propriedades, precisam ser submetidos aos processo químicos”, explica.
Em relação às evoluções observadas no processo de branqueamento dos óleos e gorduras vegetais ao longo dos anos, o Gerente da Aboissa destaca que aconteceram importantes melhorias nas terras branqueantes, nas sílicas, no coadjuvante de filtração, nos filtros herméticos, nos vasos reatores e nos processos em duas fases, viabilizando o refino físico e a automação das plantas.
“A terra branqueante só age se o óleo estiver com a umidade abaixo de 0,2% e a sílica – que tem como principal finalidade sequestrar as proteínas, fosfatídeos, sabões, metais e outros contaminantes relativos aos sabor – se a umidade estiver entre 0,4 e 0,8%. Por essas razões, o processo do branqueamento tradicional passou de etapa única para duas fases. A agitação dos branqueadores (vasos reatores) ficou mais eficiente com rotações em torno de 130 RPM ou com o uso de ejetores internos, que é na verdade o pré-tratamento. Tivemos também a evolução dos filtros de placa para os herméticos, permitindo trabalhar com temperaturas mais altas sem oxidar os óleos e gorduras, obtendo um rendimento máximo das terras branqueantes.” |
Carlos Napravnik, responsável pela Vácuo Técnica, empresa de projetos e fabricação de equipantos de refino de óleos vegetais, parceira da Aboissa, acrescenta que em termos de novidades vale destacar o uso de três filtros para economizar a terra branqueante, obtendo o mesmo resultado, passando o óleo ou a gordura pelo filtro que está prestes a saturar e em seguida executando a filtração em outro limpo e com pré-capa.
“Algumas companhias norte-americanas e europeias vêm usando filtro de retrolimpeza para o branqueamento, o que diferencia ele do hermético é que seus elementos filtrantes são construídos de maneira que melhora muiTo a performance da clarificação. A informação que temos é que se economiza até 18% da terra branqueante. No Brasil, por ora, o método está sendo estudado.”
NOVAS OPÇÕES PARA ÓLEOS COMESTÍVEIS
Voltada para a melhoria contínua de seus produtos e para as atuais demandas do mercado de óleos, a Buntech destaca suas argilas Clarigel: RP, RPAP, e CA. As duas primeiras naturais (não passam pelo processo de ativação ácida) voltadas para a clarificação dos óleos de palma e a terceira para óleos de soja e canola cítricos com alta concentração de clorofila e de difícil retirada deste composto.
“A Clarigel RPAP, além de auxiliar o processo dos óleos que necessitam de argilas naturais, assim como a Clarigel RP, tem como diferencial, auxiliar o processo de filtração, gerando ganhos industriais que resultam em menos torta, maior tempo de filtração e óleo mais claro. Já a Clarigel CA ataca a clorofila presente no óleo, em alta quantidade, sem que haja necessidade de uma grande dosagem da argila no clarificador”, detalha o Consultor Técnico da área de Filtrantes e Clarificantes da Buntech, Rodolfo Gasparetto Manzoli. |
O Consultor Técnico da Buntech explica que no branqueamento do óleo de palma o maior desafio é evitar a contaminação por 3-MCPD e Ésteres de Glicidol (GE), por isso, o aumento no uso das argilas naturais, já que as argilas acidamente ativadas contribuem para ais contaminantes.
“No caso do óleo da soja que é o carro-chefe dos óleos comestíveis no Brasil, as atenções estão voltadas para a redução de custo nos processos. Uma menor dosagem de argila gera menor custo de compra, armazenamento e descarte dela, além de diminuir a perda do óleo durante o processo de filtração.”
Fonte: Revista Óleos e Gorduras
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