O Itaú BBA projeta um crescimento significativo na produção de biodiesel no Brasil nos próximos anos. Estimativas indicam que a produção, que foi de 7,7 bilhões de litros em 2023, deve alcançar 11,2 bilhões de litros em 2026. Isto representa um crescimento anual de 14%.
Ademais, com o aumento na produção de biodiesel, a demanda por óleo de soja como matéria-prima deve acompanhar esse crescimento. Em 2023, utilizou-se 4,6 MM t de óleo de soja para a produção de biodiesel. Em 2026, essa quantidade deverá subir para 7,2 milhões de toneladas.
Entretanto, se a capacidade de esmagamento de soja no Brasil não for expandida para acompanhar o crescente aumento da demanda interna, as exportações de óleo de soja poderão sofrer uma redução drástica nos próximos anos. Em 2023, o Brasil exportou 2,3 milhões de toneladas de óleo de soja, consolidando sua posição como um dos maiores exportadores mundiais desse produto. No entanto, sem um aumento significativo na capacidade de processamento, o país pode enfrentar um cenário de déficit. Podendo, em 2026, se tornar um importador líquido de óleo de soja.
Esse cenário favorável deverá elevar as margens de lucro no setor de esmagamento de soja, incentivando novos investimentos. A perspectiva de aumento na demanda interna, associada à potencial redução das exportações, cria um ambiente propício para a expansão da capacidade de esmagamento de soja no país.
O crescimento na produção de biodiesel no Brasil até 2026 representa uma oportunidade significativa para o setor de óleo de soja. A necessidade de atender à demanda interna pode transformar o país de exportador a importador líquido de óleo de soja, ao mesmo tempo em que eleva as margens de lucro e impulsiona novos investimentos no setor.
Fonte: Leonardo Gottems | Agrolink