Um tribunal no Missouri determinou que a gigante química alemã Bayer deve pagar US$ 1,56 bilhão a quatro reclamantes que afirmaram que o herbicida Roundup, à base de glifosato, causou danos, incluindo câncer, conforme relatado pela Reuters.
Em seu veredicto de 17 de novembro – o mais recente de uma série de processos contra a empresa – o júri concluiu que a Monsanto, empresa da Bayer, era responsável por alegações de negligência, defeitos de projeto e por não alertar os reclamantes sobre os perigos potenciais do uso do Roundup, de acordo com documentos judiciais reportados pela Reuters em 19 de novembro.
Desde a aquisição da empresa agroquímica norte-americana Monsanto – proprietária do Roundup – por US$ 63 bilhões em 2018, a Bayer enfrentou uma série de processos judiciais.
Valorie Gunther, de Nova York, Jimmy Draeger, do Missouri, e Daniel Anderson, da Califórnia, receberam um total combinado de US$ 61,1 milhões em indenizações compensatórias e US$ 500 milhões cada em indenizações punitivas no último caso, conforme relatado.
Eles alegaram que o uso do Roundup em suas propriedades familiares foi a causa do linfoma não-Hodgkin diagnosticado em cada um dos três requerentes. Além disso, a esposa de Draeger, Brenda, recebeu US$ 100.000 pelos danos que supostamente sofreu devido à doença do marido.
A Reuters relatou que o recurso poderia reduzir as indenizações punitivas, pois estas ultrapassaram a orientação da Suprema Corte dos EUA.
A empresa, que comercializa a marca Roundup, afirmou repetidamente que décadas de estudos demonstraram que seu ingrediente ativo, o glifosato, eram seguros para uso humano.
Bayer enfrenta quarta decisão judicial desfavorável relacionada ao Roundup
A Bayer enfrentou a quarta decisão judicial consecutiva. Foi considerada responsável pelo veredicto. Isso ocorreu após a empresa ter sido absolvida de nove reivindicações anteriores, conforme indicado no relatório.
Em um comunicado, a Bayer afirmou ter fortes motivos para buscar a anulação dos veredictos recentes por meio de uma apelação.
Em outubro, um júri da Filadélfia concedeu ao proprietário de restaurante aposentado Ernest Caranci um veredicto de US$ 175 milhões. Caranci alegou que desenvolveu linfoma não-Hodgkins devido ao uso contínuo do Roundup em seu jardim. Essa afirmação foi relatada pela Agri-Pulse em 9 de novembro. Agora, ele está apelando contra esse veredicto como seu último recurso.
Em 2020, a Bayer resolveu a maioria das reivindicações do Roundup, totalizando até US$ 10,9 bilhões. No entanto, em 19 de novembro, a Reuters relatou que aproximadamente 50.000 casos ainda estavam pendentes relacionados ao Roundup.
A empresa não obteve êxito em seu apelo à Suprema Corte dos EUA. O objetivo era contestar a capacidade dos demandantes de processar sob a lei estadual, conforme indicado no relatório.
Fonte: Oils & Fats International