Avanço do etanol de milho: A necessidade de estratégias de armazenagem

Avanço do etanol de milho: A necessidade de estratégias de armazenagem
Imagem: Pixabay

Impulsionado por uma série de investimentos e perspectivas favoráveis, o etanol de milho ganhou força como uma alternativa robusta e sustentável no cenário energético brasileiro. Com um crescimento de 800% na produção nos últimos cinco anos e estimativas otimistas para o futuro próximo, esse biocombustível ganha destaque não apenas pela sua eficiência, mas também pelo seu potencial para impulsionar o desenvolvimento econômico regional e mitigar os impactos ambientais.

Para se ter ideia, a produção do etanol a base de milho saltou de 520 milhões de litros na safra 2017/18 para 4,5 bilhões de litros na safra 2022/23, conforme dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Esse crescimento está diretamente ligado aos investimentos maciços realizados no setor. A expectativa é de que o etanol de milho represente 19% de todo o etanol consumido no Brasil na safra de 2023/24, segundo a União Nacional do Etanol de Milho (UNEM), consolidando-se como uma parte integral da matriz energética do país.

Desafios e oportunidades com o etanol de milho

No entanto, para esse segmento continuar avançando ainda mais, é preciso ainda ultrapassar algumas barreiras, como por exemplo, a temida falta de armazenagem. O país possui uma infraestrutura insuficiente, com uma capacidade estática de apenas de 14% de uma única safra. No último ano, colheitas excessivas de soja e milho resultaram em prejuízos de cerca de R$ 30 bilhões, conforme a COGO Inteligência em Agronegócio.

Em Mato Grosso, maior produtor de grãos nacional, o déficit de armazenagem na safra 2021/22 foi de 57,1 milhões de toneladas, considerando todas as culturas, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Esta é exatamente uma das regiões em que as usinas de etanol de milho têm se instalado. Segundo o engenheiro agrônomo Lalo Malinarich, head de mercado Silox do Grupo Nortène primeira produção comercial desse tipo de biocombustível começou em 2012, desde então, o país testemunhou um crescimento substancial no setor, com 18 usinas atualmente em operação. “Destas, 16 estão localizadas na região Centro-Oeste, com destaque para o Mato Grosso, principal líder de produção, representando cerca de 70% do total”, reforça.

Futuro promissor

Além de ser uma fonte de energia renovável, o biocombustível é reconhecido como um grande agregador de valor. O especialista afirma que a produção de cereal impulsiona a economia rural e a segurança alimentar ao gerar co-produtos como óleo e DDG. “O etanol de milho promove energia e florestas de eucalipto, ressaltando a sustentabilidade na cadeia produtiva”, ressalta.

A eficiência energética do etanol de milho é um ponto de destaque, embora sua pegada de carbono ainda seja objeto de estudo e aprimoramento. O USDA relata que o etanol de milho emite 30% menos carbono que a gasolina, sendo mais limpo e sustentável. “Comparativamente à cana-de-açúcar, o milho também apresenta vantagens específicas que promovem a sustentabilidade ambiental. Enquanto a cana gera energia com bagaço, o milho usa cavaco de madeira reflorestada, promovendo recursos renováveis, afirma Malinarich.

As perspectivas para o setor de etanol de milho no Brasil são boas, com grandes expectativas, segundo a ANP. Espera-se que 11 novas usinas sejam colocadas em prática, além de sete ampliações específicas na fabricação de etanol de milho.

E a armazenagem?

Apesar dos avanços, desafios como a escassez de silos para armazenamento destacam a necessidade de soluções inovadoras para garantir a eficiência da cadeia produtiva. Nesse contexto, o Grupo Nortène desempenha um papel crucial ao oferecer soluções inovadoras. Entre essas soluções, destaca-se o silo-bolsa de uma das suas marcas, a Silox. Portanto, a contribuição da empresa é fundamental para avanços no setor.

Para a doutora em agronomia Sueyde de Oliveira Braghin, inteligência de mercado agro da empresa, o silo-bolsa, que é uma opção para estocagem móvel e de fácil acesso, permite o armazenamento desde curtos períodos até prolongados, visando garantir a qualidade final do grão para uso. “Esta tecnologia contribui para a eficiência e a sustentabilidade da cadeia produtiva do etanol de milho, pois oferecemos uma solução, principalmente para os Estados do Centro-Oeste que sofrem bastante com este situação todas as safras”, explica.

Ademais, o etanol de milho, diante da transição energética, é uma solução promissora para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. “Com investimentos contínuos e uma abordagem focada na eficiência energética e na mitigação dos impactos ambientais, esse biocombustível está se consolidando como uma parte fundamental, contribuindo para um futuro mais verde”, finalizou a doutora.

Fonte: Notícias Agrícolas

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