Rebeldes Houthi no Iémen atacam navios no Mar Vermelho com drones e mísseis, afetando carregamentos de grãos e granéis sólidos. Impacto significativo. Anteriormente limitados principalmente ao segmento de contêineres durante os primeiros estágios da crise, agora afetam diretamente o transporte de produtos a granel, como cereais.
Segundo Alexander Karavaytsev, economista sênior do Conselho Internacional de Grãos (IGC), a situação recente levou os navios a evitar o Canal de Suez, que conecta o Mar Vermelho ao Mar Mediterrâneo. Dados de transporte marítimo mostram que os volumes de grãos e oleaginosas em dezembro foram 20% menores que no mês anterior, e abaixo de dezembro de 2022 e da média dos últimos três anos. Isso afetou significativamente as entregas pelo canal.
Karavaytsev analisou fluxos de trigo da UE, Rússia e Ucrânia para Ásia e África via Canal de Suez. Durante dezembro, as rotas alternativas (não-Suez) para esses fluxos estavam acima do normal, aumentando ainda mais em janeiro, de acordo com dados preliminares de transporte.
Grandes empresas de transporte marítimo como Maersk, Hapag-Lloyd e Mediterranean Shipping Co. suspenderam operações no Canal de Suez. Consequentemente, isso aumenta custos e tempo de viagem.
Por outro lado, segundo Karavaytsev, o redirecionamento da União Europeia e dos países do Mar Negro pelo Cabo da Boa Esperança acarreta um aumento no tempo de viagem em 10 a 15 dias e nos custos de frete em cerca de 6 a 8 dólares por tonelada.
Fonte: Leonardo Gottems | Agrolink