A Câmara dos Deputados da Argentina aprovou na manhã desta sexta-feira (20) um chamado pacote de medidas de emergência. Ele estabelece aumento de mais de dez impostos, além de medidas a serem aplicadas nas aposentadorias. As “retenções” de produtos agrícolas também passaram.
O projeto do governo do presidente Alberto Fernández teve 134 votos a favor e 110 contra.
A imprensa argentina destaca que as “retenções” levaram maior tempo de discussão. O projeto previa elevação da alíquota de exportação de soja para 33% e de milho, trigo e outros produtos para 15%. Para aprovação, foi estabelecido pelos parlamentares um mecanismo de compensação para pequenos produtores e cooperativas.
Além disso, também foi incorporado ao texto uma solicitação de segmentação, com diferenciação entre produtores por áreas geográficas, acesso a portos e capacidade. Com esses destaques, o aumento foi aprovado.
“Temos os votos necessários para aprovar o projeto em sua versão atual. Mas queremos construir confiança entre todos e que ninguém duvide de nossos propósitos sinceros. Unidos no debate, enfrentaremos a Argentina”, disse Fernández no Twitter pouco antes da aprovação do pacote.
Reflexos aos produtores argentinos
Entidades do agronegócio da Argentina já cobram detalhes sobre a promessa de compensação aos pequenos produtores e cooperativas após decisão na Câmara dos Deputados.
A Bolsa de Cereais de Buenos Aires, por exemplo, destaca que entre outros efeitos, as “retenções” no ciclo 2020/21 levará uma queda de até 845 mil hectares na área de grãos no país.