A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA propôs a implementação de uma proibição nacional do uso de óleo vegetal bromado (BVO) como aditivo em alimentos, conforme relatado pela CNN.
A proposta da FDA, seguindo a proibição já existente na Europa e no Japão, foi uma resposta à proibição introduzida na Califórnia – o primeiro estado dos EUA a proibir o aditivo – em outubro, de acordo com a Lei de Segurança Alimentar da Califórnia, como mencionado na reportagem de 3 de novembro.
O BVO é um óleo vegetal com adição de bromo, utilizado em pequenas quantidades para evitar que o aroma cítrico flutue para o topo em alguns refrigerantes.
Associado a riscos à saúde, incluindo danos ao sistema nervoso, dores de cabeça, irritação da pele e das membranas mucosas, fadiga e perda de coordenação muscular e memória, de acordo com um relatório de 2 de novembro do Environmental Working Group (EWG) – um grupo de pesquisa e defesa sem fins lucrativos que se concentra na saúde do consumidor, produtos químicos tóxicos e poluentes. O ingrediente também pode se acumular no corpo ao longo do tempo.
“A agência concluiu que o uso pretendido do BVO em alimentos não é mais considerado seguro. Os resultados de estudos em colaboração com os Institutos Nacionais de Saúde descobriram o potencial de efeitos adversos à saúde em humanos”, afirmou James Jones, vice-comissário da FDA para alimentos humanos, em comunicado.
De acordo com o EWG’s Eat Well Guide, vários produtos, principalmente refrigerantes, podem incluir o BVO como ingrediente.
O Declínio do BVO nos produtos nos EUA e o compromisso das empresas com ingredientes alternativos
O baixo número de produtos nos EUA que contêm BVO se deve a restrições anteriores introduzidas pela FDA, conforme mencionado no relatório.
Jones afirmou que, em 1970, a FDA retirou o BVO da lista de ingredientes “Geralmente Reconhecidos como Seguros”. A agência passou a supervisionar seu uso conforme os regulamentos de aditivos alimentares. Ao longo dos anos, muitos fabricantes reformularam suas bebidas nos EUA, substituindo o BVO por ingredientes alternativos. Atualmente, poucas bebidas no país contêm BVO.
A Coca-Cola, por exemplo, anunciou que havia parado de usar BVO em suas bebidas em 2014, como relatado pelo The Guardian na época.
Além disso, uma petição de 2012 com mais de 200.000 assinaturas levantou preocupações de saúde sobre o aditivo, segundo o relatório do EWG.
Muitas empresas eliminaram o BVO dos produtos de consumo devido à pressão do mercado, disse o EWG.
No entanto, Scott Faber, vice-presidente sênior de assuntos governamentais do EWG, afirmou que o BVO ainda pode ser encontrado no mercado, principalmente em produtos sem marca, incluindo produtos de marca de loja e marcas menos conhecidas que às vezes são vendidas regionalmente.
“O anúncio de hoje garantirá que todos tenham acesso a produtos que não contenham BVO”, acrescentou Faber.
FDA considera proibição de aditivos alimentares após estudos em animais revelarem efeitos nocivos à saúde
Os estudos que embasaram a decisão da FDA foram realizados em animais. Os efeitos negativos à saúde estavam próximos da exposição humana real, conforme declaração em 2 de novembro no site da agência.
Os resultados revelaram bioacumulação de bromo e efeitos tóxicos na tireoide. A tireoide produz hormônios cruciais para a regulação da pressão sanguínea, temperatura corporal, frequência cardíaca, metabolismo e resposta hormonal do corpo.
Jones, da FDA, destacou a proposta de proibição como um exemplo de monitoramento contínuo de evidências emergentes. A agência realiza pesquisas científicas para investigar questões de segurança e toma medidas regulatórias quando a ciência não sustenta o uso seguro de aditivos em alimentos.
A CNN informou que a proposta de proibição aceitava comentários até 17 de janeiro. Um processo de revisão resultaria em uma decisão final.
Fonte: Oils & Fats International