Imagem: Pixabay
A Indonésia, o maior consumidor mundial de biodiesel de óleo de palma, está agora trabalhando para introduzir mandatos de etanol para a gasolina para reduzir ainda mais as importações do combustível fóssil e as emissões de carbono, mas primeiro terá que garantir mais matéria-prima e resolver problemas técnicos espinhosos.
A Indonésia importou cerca de 60% da gasolina que consumiu no ano passado a um custo de 17 bilhões de dólares, e pretende replicar o sucesso que teve com os mandatos de biodiesel que reduziram bilhões de dólares em contas de importação de diesel.
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Embora grande parte das reduções de emissões da Indonésia venha do manejo florestal e do fechamento de usinas movidas a carvão, ela também espera obter cortes significativos com uso de biocombustíves e veículos elétricos.
Este ano, o governo planeja testar a gasolina com 5% de etanol em Surabaya, capital da província de Java Oriental, disse à Reuters o funcionário do Ministério da Energia, Dadan Kusdiana.
A Indonésia planeja eventualmente determinar o conteúdo de etanol para a gasolina em 15% e usá-lo em todo o país até 2031, uma meta agressiva, uma vez que tem apenas duas usinas que lutam para garantir matéria-prima de melaço de açúcar suficiente.
“Não há problemas técnicos para o bioetanol. A questão está no lado da matéria-prima… Se dependermos do suprimento de melaço existente, continuaremos a competir (com outras necessidades)”, disse Dadan.
Com capacidade limitada de etanol e o país dependendo de açúcar importado para atender a demanda doméstica, inclusive para alimentos, algumas empresas estão procurando produzir a partir de outras matérias-primas, como mandioca e biomassa.
“Há duas empresas interessadas em produzir bioetanol a partir da biomassa… Então (o programa) não teria que depender totalmente da produção de cana-de-açúcar”, disse Dadan.
A empresa estatal de energia Pertamina também planeja construir uma instalação para produzir bioetanol a partir da mandioca e misturar gasolina com 5% de bioetanol e 15% de metanol para uma mistura que chama de A20, disse seu executivo-chefe em uma audiência parlamentar em janeiro.
GRANDE APETITE
A Indonésia queimará 45,7 milhões de quilolitros (12,1 bilhões de galões) de gasolina em 2025 e 50,1 milhões de kl em 2030, de acordo com um estudo do Instituto de Tecnologia de Bandung (ITB).
Isso significa que um mandato de 2025 para 5% de etanol exigiria 2,29 milhões de kl de etanol por ano, muito além da atual capacidade anual de bioetanol para combustível de 70.000 kl.
Uma resposta parcial é uma maior produção de açúcar, e o presidente Joko Widodo anunciou planos para quase quadruplicar a terra para plantações de cana-de-açúcar para 700.000 hectares, a fim de alcançar a autossuficiência em açúcar para alimentos e combustível em cinco anos.
SUCESSO DO DIESEL
Em fevereiro, a Indonésia aumentou sua mistura obrigatória de biodiesel de óleo de palma para 35%, de 30% em 2020. Seu programa de oito anos cortou as importações de diesel, ajudou a transformar um déficit em conta corrente em superávit e enxugou o excesso de produção resultante da maior dificuldade em enviar óleo de palma para a Europa.
A Indonésia reduziu os custos de importação de diesel em 2022 em 8,34 bilhões de dólares por meio de seu mandato B30 e espera economizar 10,75 bilhões de dólares este ano com o mandato B35, de acordo com dados do governo.
A indústria da palma também pode ajudar a resolver o problema do bioetanol por meio do fornecimento de biomassa se a tecnologia e os processos de produção puderem ser trabalhados.
A Indonésia poderia produzir cerca de 5,6 milhões de quilolitros de bioetanol por ano apenas a partir da seiva do tronco da palmeira, constatou o ITB, com base em uma taxa de replantio de 4% de 16 milhões de hectares de plantações de palmeiras.
Fonte: Notícias Agrícolas