Imagem: Pixabay
Em meio a tantas biotecnologias com soluções voltadas para a indústria farmacêutica, o grande destaque da premiação TOP10 Latin America da revista norte-americana Life Science Review (Fortlauderdalle, Estados Unidos), foi a brasileira TCP – a Tecnologia do Consórcio Probiótico, desenvolvida pela startup Global Biotecnologia.
A premiação é realizada pela primeira vez na América Latina, sendo tradicional na Europa, EUA e Ásia. Vale dizer que a TCP foi a única biotecnologia, dentre as dez premiadas, voltada ao agronegócio. A outra brasileira premiada foi a Bionovis, que é do ramo farmacêutico, sendo formada pelos renomados laboratórios.
Segundo a publicação norte-americana “é inegável que as tecnologias de microbioma vão mudar o mundo da agricultura e que o Brasil está liderando essa revolução com a TCP”. Ainda segundo a revista Life Science Review, com o uso da biotecnologia desenvolvida no Brasil à base de microbiomas “esse gigante da América do Sul tem grande chance de ser um exemplo de sustentabilidade ao mesmo tempo que baterá recordes de produção em soja, milho, cana de açúcar e na proteína animal.”
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Altamiro Alvernaz, desenvolvedor da tecnologia e criador do termo TCP, comentou a premiação: “Eu achei que era uma brincadeira quando entraram em contato comigo, de verdade. Falo isso porque não sou de entrar em concurso ou coisa do gênero. Ainda é difícil de acreditar. O que tenho a dizer é que estamos felizes. Afinal, tudo começou por acaso, por amor”, explica ele, ao lembrar que iniciou seus estudos tentando achar algo que pudesse conter uma doença avassaladora que acometeu um membro de sua família.
E apesar do prêmio, os pés estão no chão: “A TCP foi colocada no mesmo patamar da Bionovis. Você já viu a estrutura da Bionovis?! Eles estão com Aché, Pharma, União Química! Só gigantes. Acho que, talvez, sejamos o patinho feio dos biológicos do agro, afinal tudo nosso é contado na unha. Todas as chamadas ‘Biotech’ têm alguém forte investindo, acelerando”.
“Somos a única que não tem qualquer tipo de investimento de grandes fundos ou algo do gênero. O que vem acontecendo é que os resultados que todos propagam em soja, milho e cana vêm do ‘boca a boca’ mesmo, do que a TCP proporciona de fato. Não temos propaganda. Não sou bom nessa coisa de marketing. Agora que vou iniciar nessa coisa de Instagram. Talvez com essa premiação consigamos investimentos para ganhar corpo. Mas acho que tudo tem seu tempo”, reflete o desenvolvedor da TCP.
Aceleração de compostagem, Fixação de N, solubilização de P, enraizador, nematicida, fungicida, bioestimulante, biofertilizante, substituição de ionóforos, anti coccidianos, antimicrobiano, produção de metabólitos, muitas foram as funções da TCP apresentadas em estudos científicos nos últimos 6 anos que chamaram a atenção das publicações estrangeiras especializada e da publicação científica americana. Mas não foram só as descobertas no agronegócio que chamaram a atenção para a biotecnologia.
A TCP tem outras aplicações que vão muito além do agronegócio: “Quando começaram a me entrevistar falei sobre as outras coisas que faço no meu dia a dia com a TCP. Eu comecei isso para humanos e tenho minha fórmula que eu, minha esposa, mãe e filha utilizam. E hoje já faço em escala maior para os amigos que me pedem. Tenho desengordurante para usar depois do churrasco na grelha. Tenho uma formulação para dissolver a matéria orgânica das caixas de gordura, fossas, do lodo. Uns tempos atrás fiz com petróleo e tirei a viscosidade dele ficando fácil de limpar. Já fizemos cerveja com a TCP. E tenho uma fórmula para diminuir os efeitos da ressaca. Uso bastante essa (risos). Gosto de fazer experiências. Foi assim que começou tudo”, concluiu Alvernaz.
As portas estão se abrindo e o agronegócio brasileiro vai descobrindo a TCP. Além da premiação internacional como biotecnologia destaque do ano de 2022, nesse mês de novembro saiu a primeira de uma série de quatro matérias especiais sobre a Tecnologia do Consórcio Probiótico na conceituadíssima revista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para agronegócio e economia, a Agroanalysis.
A revista está fazendo um raio-x completo sobre a tecnologia, mostrando como a TCP pode levar o agronegócio brasileiro a uma nova evolução através de resultados científicos e de campo em soja, milho, cana de açúcar e frangos com alguns dos maiores especialistas do mercado. As matérias especiais contarão em detalhes a história da tecnologia que está saindo do estigma de patinho feio, segundo o próprio desenvolvedor da TCP, para se transformar em cisne.
Fonte: Leonardo Gottems | Agrolink