Imagem: Pixabay
A Rússia é o maior exportador de trigo do mundo e tem sido afetado economicamente pelo conflito com a Ucrânia – juntos, os dois países respondem, em média, por 30% das exportações mundiais de trigo. Além da queda na oferta de trigo, fator da alta dos preços, o desabastecimento tem a ver com dificuldades logísticas – a guerra fechou portos, interrompeu o transporte – e com a queda da produção ucraniana da commodity.
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O Brasil produz menos da metade do trigo consumido e precisa importar grandes quantidades do grão de países do Mercosul – sobretudo da Argentina –, do Canadá e dos Estados Unidos. A elevação do preço do grão, impacta diretamente os valores de produção para os fabricantes das categorias representadas pela ABIMAPI. Nas massas, em média, 70% do custo é de farinha. Nos biscoitos, o peso é de 30%, e nos pães e bolos industrializados, de 60%.
A disparada da cotação do trigo começa a ser sentida pelos fabricantes nas negociações com os fornecedores, porém existe a entrega de farinha compromissadas em contratos antigos. O que se pode afirmar é que haverá reajustes de preços nas próximas semanas, mas, com o horizonte indefinido, já que a cada notícia da guerra, o preço do trigo no mercado internacional oscila para cima ou para baixo com valores expressivos.
O consumidor brasileiro deve começar a sentir os efeitos em breve, quando as indústrias comprarão as novas safras. As indústrias estão com estoques relativamente curtos, pois estão no início da entressafra de trigo, lembrando que o produto acabado também não tem estoques e que varia muito de empresa para empresa. De todo modo, este repasse tende a ser gradual, pois não há espaço para elevar os preços de uma só vez para o consumidor final.
Fonte: DATAGRO