Geada: Não vai sobrar milho no mercado em setembro


Imagem: Pixabay


Com uma nova onda de frio varrendo as regiões Centro e Sul do Brasil, cresce a expectativa de uma forte redução na oferta de milho. A agência de relatório de preços britânica AgriCensus aponta que o clima no País pode provocar uma “perda de safra histórica, com novas geadas atingindo áreas de milho brasileiras”

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De acordo com eles, as geadas registradas nos estados produtores de milho levantaram novas preocupações sobre os volumes de exportação e violações de contratos: “A previsão é de que a onda de frio atinja seu pico nesta terça-feira, com previsões mostrando potenciais geadas nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais”.

“Vai ser uma perda de safra histórica. As perdas de produção serão extremamente grandes em todos os estados produtores, exceto Mato Grosso. Paraná e Mato Grosso do Sul não terão capacidade de exportação de espécie alguma”, disse Daniele Siqueira, da Agrural. A consultoria reduziu suas estimativas da produção de safrinha do Brasil para 59,1 milhões de toneladas no início de julho, 22 milhões de toneladas abaixo do potencial de safra inicial, mas as novas geadas podem pesar ainda mais e pressionar as estimativas para baixo.

Victor Martins, da Hedgepoint Global Markets, afirmou à AgriCensus que “as tradings continuam a recomprando contratos de milho para o mercado interno devido aos diferenciais de preço entre os portos e o mercado interno e a questões de qualidade. Os exportadores parecem encurralados, tendo que pagar um prêmio de qualidade para elevar os padrões do milho, cumprir os acordos e superar as ofertas do mercado interno. Não vai sobrar milho no mercado em setembro e o país vai precisar importar muito mais da Argentina”.

De acordo com Siqueira, alguns produtores estão tentando acumular milho de primeira safra de melhor qualidade para misturar mais à frente, enquanto outros procuram obter milho do Mato Grosso ou do Paraguai e da Argentina. “Como Mato Grosso é o principal exportador do Brasil, isso dificulta ainda mais a análise”, conclui ela.

Por: Leonardo Gottems | Agrolink

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