Imagem: Pixabay
O mercado brasileiro de milho apresenta agora duas situações claras. A primeira, neste momento de pré-colheita da soja, é que existe alguma pressão das vendas regionais do milho pelos produtores ajudando a ajustar os preços de forma isolada. A segunda é alguma aceleração dos preços da segunda safra de 2021 por conta do câmbio e dos preços externos, com maior competição entre o mercado interno e os exportadores em algumas regiões. Sem dúvida, a situação da oferta no primeiro semestre parece bastante clara, sem nenhuma folga nos preços por conta da safra ou desaceleração da demanda. Agora, a segunda metade do ano está mais sujeita a tensões climáticas sazonais para a segunda safra de 2021 e a safra de 2021 dos EUA. Se ambas as safras forem normais, sem problemas,
Os preços do milho no mercado interno brasileiro estão, sem dúvida, elevados. R $ 75/85 para a entrada da safra de verão é muito significativo e não mostra a sazonalidade tradicional de preços neste período do ano. Esse é o movimento mais evidente que indica que o abastecimento interno brasileiro não terá tranquilidade até o início da segunda safra de 2021. O mercado doméstico tentará empurrar essa condição de oferta ajustada no primeiro semestre, buscando impor um controle regional de preços, apresentando notícias de cortes de demanda e / ou agindo de forma agressiva para conter a alta dos preços futuros da BM&F. A cada semana os corretores tentam gerar informações sobre as importações do Brasil, embora os custos de importação ainda estejam longe dos preços domésticos. São artifícios que continuarão a ser usados para os produtores venderem em horários críticos de abastecimento, o que faz parte do dia a dia do mercado.
No entanto, apesar da difícil situação principalmente da avicultura, não há sintomas de cortes na demanda interna de milho. A queda dos preços no atacado da carne de frango ou frango vivo não impactou o consumo de milho. Só ficará visível quando a habitação apresentar um corte abaixo do estimado para este primeiro semestre. Além disso, não há movimento da indústria do etanol ou da moagem no sentido de cortes na demanda. Há um potencial impacto negativo sobre a demanda doméstica de alimentos com o fim da ajuda social concedida pelo governo federal. No entanto, ainda não atingiu o consumo de milho.
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Portanto, a queda de preços registrada na semana passada em alguns estados parece natural e nada tem a ver com demanda ou folga de oferta. Estamos apenas na pré-colheita da soja, e alguns produtores estão liquidando posições da safra antiga com milho para ganhar dinheiro. Nos locais onde a colheita já começou, os preços são muito bons e os produtores com pouca oferta estão vendendo. Nada mais.
Por outro lado, a safra de soja chegará ao auge em fevereiro e março, com forte atraso e logística concentrada. Os produtores ou comerciantes que precisam se desfazer do milho antes dessa forte chegada da soja já o fizeram ou farão nos próximos dias. Mas assim que a soja tiver um avanço de safra mais forte, será mais difícil ver o interesse em vender milho ou levá-lo longe. Assim, não podemos confiar nas informações tradicionais de que, como o preço do frango está baixo, o milho vai cair. Não existe tal relacionamento direto. A relação direta é que o corte na habitação vai causar uma queda futura na demanda, que ainda não existe. Por outro lado, independentemente do tamanho dessa demanda, fevereiro e março serão meses difíceis em termos de abastecimento interno e logística. É o milho pode ter novos máximos acentuados.
A segunda safra 2021 começa a ser plantada em fevereiro de forma mais concentrada e observando o avanço da safra de soja. Não vemos problemas graves para o plantio da segunda safra em fevereiro até o início de março. Claro, esta é uma safra posterior e que estará mais claramente sujeita às condições climáticas do nosso outono / inverno. Porém, não podemos dizer que a produtividade será ruim apenas por conta desse plantio em fevereiro, até porque não é o primeiro e não será o último a ser plantado neste ciclo.
A segunda safra será grande mesmo com alguns problemas climáticos que podem surgir até julho. Então, além da tensão com o clima, temos o movimento das compras de exportação. Hoje, boa parte da segunda safra é destinada, como sempre, às exportações, mas notamos uma boa agressividade dos compradores internos na disputa pelo milho em julho / agosto. Isso poderia até evitar maiores pressões sobre os preços no início da safra, mas a partir daí os preços na verdade dependeriam do ritmo de exportação e das atitudes dos produtores em vender ou não a produção. Considerando os preços da CBOT e a curva do dólar, os níveis indicados para a segunda safra 2021 parecem satisfatórios para o avanço das vendas pelos produtores. Para preços mais altos, precisaríamos de problemas na safra de 2021 dos EUA e / ou um novo aumento da moeda.
Por Arno Baasch | Agência SAFRAS Latam