Diante da perspectiva de impactos econômicos com o avanço da pandemia do novo coronavírus no Brasil e no mundo, o mercado financeiro tem reagido com preocupação. Agora, o quadro é diferente de 2008, quando a crise vinha do sistema financeiro e não de fatores externos. Entretanto, aquela foi a crise mais próxima do tempo atual.
A DATAGRO analisou como o PIB nacional e o crescimento da agricultura se comportaram durante os anos de 2007, 2008 e 2009, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dessa forma, é possível entender como um evento de proporções globais pode afetar o agronegócio brasileiro. A participação do setor no PIB tem variado em cerca de 5% nos últimos anos.
Produto Interno Bruto
O PIB brasileiro vinha em uma crescente desde 2003 e manteve este movimento ainda em 2008. Quando analisados os anos de 2007 e 2008, o PIB registou aumento de 6,1% e 5,1%, respectivamente, indo de aproximadamente R$ 2,7 trilhões para R$ 3,1 trilhões de reais. Já em 2009, o resultado foi próximo da estabilidade, com queda de 0,1%, e R$ 3,3 trilhões.
Crescimento da Agropecuário
Seguindo o mesmo ritmo do PIB nacional, o setor agropecuário também registrou o mesmo crescimento em 2007 e 2008 em 3,2% e 5,8%, respectivamente, indo de R$ 120,1 bilhões para R$ 142,0 bilhões. Entretanto, no ano de 2009, o setor PIB registrou retração de 3,7%, somando 149,21 bilhões.
COVID-19
A pandemia do novo coronavírus, COVID-19, se iniciou na China, mais precisamente em Wuhan e se alastrou pelo mundo em poucos meses. Desde então, os governos vêm se empenhando para conter a doença em seus territórios com quarentenas obrigatórias e distanciamento social. Em complemento, medidas econômicas também são aplicadas para assegurar empregos, renda e crédito para as empresas.
A crise inesperada preocupa até o Fundo Monetário Internacional (FMI) que já mudou suas estimativas de crescimento da economia global, deixando-a abaixo do 3%, pior resultado desde a crise de 2008. No entanto, o fundo espera uma recuperação em 2021.
Os esforços dos EUA de assegurar o funcionamento do país mesmo com uma crise sanitária foi o mais notável. As autoridades aprovaram um pacote de US$ 2,2 trilhões, cerca de 10% do PIB do país. A ideia é assegurar a atividade de empresas, equipar hospitais e assegurar empregos e o seguro-desemprego para a população.
No Brasil, o PIB vinha em recuperação nos últimos anos depois de quedas consecutivas e picos negativos nos anos de 2015, 2016, com retração de 3,5% e 3,3%, respectivamente, segundo análises do IBGE e apuração dos dados pela DATAGRO. Economistas ainda não consideram precisar como a economia do Brasil vai se comportar neste momento em meio ao coronavírus.
O governo brasileiro, porém, já anunciou um corte na expectativa do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020, para uma leve alta de 0,02% ante um avanço esperado em 2,1% anteriormente.
Fonte: DATAGRO