A produção de químicos para uso industrial cresceu 2,48% neste 3º trimestre do ano de 2019, em relação ao trimestre anterior, segundo informações divulgadas pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Nesse cenário, os dados que fazem parte do Relatório de Acompanhamento Conjuntural (RAC) da instituição, indicam que as vendas internas tiveram alta de 3,05% e a demanda interna subiu 17%.
De acordo com Fátima Giovanna Coviello Ferreira, que é diretora de Economia e Estatística da Abiquim, para os produtos químicos de uso industrial, que estão na base de diversas cadeias industriais, os meses de julho a outubro são os melhores do ano, em razão das encomendas de Natal e período de verão, que eleva a procura por descartáveis e outros itens. “Mas, apesar da melhora recente, na comparação com os resultados do terceiro trimestre de 2018, os índices do mesmo período deste ano apresentam variações negativas: a produção caiu 9,49%, as vendas internas tiveram recuo de 6,49% e o consumo aparente nacional (CAN) caiu 11,47%”, diz a Abiquim.
Além disso, de janeiro a setembro, a utilização da capacidade instalada se manteve no patamar de 70%, sete pontos abaixo da registrada em igual período de 2018, levando a ociosidade ao patamar recorde de 30%. “O nível é inadequado para os padrões de produção em regime de processo contínuo do setor químico e a ociosidade crescente preocupa as empresas pois impõe custos unitários por tonelada produzida cada vez maiores, piorando a relação de competitividade nacional com o produto importado”, explica Fátima.
Para completar o contexto, uma possível redução unilateral das tarifas do imposto de importação de diversos produtos, entre os quais uma grande quantidade de químicos fabricados no Brasil, é avaliada pelo governo. “Essa eventual decisão, sem as necessárias contrapartidas na direção da eliminação ou diminuição dos entraves que afetam a competitividade da indústria nacional, pode trazer consequências muito ruins para toda a indústria e, em especial para a química. Esse quadro reforça a necessidade de se acelerar as medidas da agenda positiva do governo relativas ao Novo Mercado de Gás, que só deverão surtir efeitos sobre a competitividade do gás, da energia e da oferta de matérias-primas petroquímicas derivadas do óleo e do gás em três ou quatro anos”, conclui.
Fonte: Agrolink