Existem alguns fatos importantes que a cadeia produtiva brasileira deve prestar atenção todos os dias durante o mês de junho. Foi isso que informou Marcos Fava Neves, que é Professor Titular das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio .
O primeiro fato, considerado pelo especialista como sendo o mais importante, é o plantio da safra nos Estados Unidos. “Estima-se que mais de 2,5 milhões de hectares deixarão de ser plantados com milho devido às chuvas, o que fez os preços subirem para o maior valor em 3 anos e também aumentarem no Brasil. As datas para plantar e requisitar o seguro estão fechadas e o relatório do USDA mais recente mostra o milho com apenas 67% da área plantada, contra 96% dos 5 anos anteriores, e a soja com 39% contra 79% da média de cinco anos, ainda podendo ter alguma recuperação”, afirma.
O segundo ponto são os impactos da evolução da gripe suína africana na China nas importações e preços de carnes e grãos, que deve mudar consideravelmente o comércio desses produtos entre os países. Além disso, é preciso manter atenção às “questões comerciais de China e EUA e mais recentemente deste com o México e seus impactos nos fluxos de comércio”.
Em quarto, “o andamento das reformas no Brasil e as pressões no câmbio, que voltou a se valorizar. E em quinto, o impacto deste caso isolado de BSE (vaca louca) atípica em um animal idoso na pecuária brasileira e suas exportações. Não teremos problemas com a OIE, mas foram temporariamente suspensas pelo MAPA as exportações para a China, mas creio que por pouco tempo. Que período turbulento para os grãos e para as carnes. Em junho, cada dia conta!”, completa.
“No geral a conjuntura internacional está favorável ao agro brasileiro, o que precisa ganhar velocidade é a conjuntura interna, com um movimento cada vez mais forte da sociedade civil organizada pressionando a classe política pela apresentação e aprovação das reformas emergenciais para consertar erros, mas também principalmente de um plano estratégico para o país”, conclui.
Postagem | Marina Carvejani
Autor | AGROLINK
Fonte | AGROLINK