A incidência da febre suína africana (ASF) pode causar perdas na produção chinesa de suínos de 25% a 35%. Foi isso que informou Christine McCracken, analista sênior de proteína do banco global Rabobank, em entrevista para o portal agriculture.com depois de que chegou à informação de que a doença afetará cerca de 150 a 200 milhões de porcos no país.
Essa perda é pelo menos 30% maior que a produção anual de carne suína dos EUA e quase tão grande quanto a oferta anual de carne suína da Europa. Além disso, o Rabobank espera que as perdas de produção excedam 10% no Vietnã, o quinto maior país produtor de carne suína do mundo e um fornecedor significativo para a China. O banco indica também que haverá uma lacuna de oferta líquida de quase 10 milhões de toneladas no total de 2019 de oferta de proteína animal, o que aumentará os preços da fazenda e dos consumidores.
“Inicialmente, havia muitos pontos de dados conflitantes e era difícil separar o fato da ficção. À medida que as evidências aumentaram e a magnitude das perdas ficou clara, conseguimos fornecer uma estimativa melhor da perda. É difícil lembrar de qualquer evento que tenha um impacto tão devastador na indústria de carne suína. Será quase impossível para a China encontrar proteína suficiente para preencher essa lacuna na oferta no curto prazo. Existem muitos obstáculos logísticos e não há estoque de proteína suficiente”, comenta ela.
De acordo com a especialista, o problema da China não vai desaparecer tão cedo e não há uma maneira fácil de controlar a doença e nem como evitá-la.
Fonte: Agrolink | Autor: Leonardo Gottems