Com a isenção de TEC (Tarifa Externa Comum) concedida pelo governo aos Estados Unidos, o preço do trigo norte-americano posto moinhos de São Paulo ficou igual ao preço do trigo paranaense, tirando-lhe o mercado. “Porque é aparentemente melhor e se torna mais competitivo do que o trigo argentino”, aponta o analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica.
“Contudo, parece que, antes de começar o primeiro embarque, há que discutir a forma como estas importações ocorreriam, se de forma proporcional ao volume de importações do ano passado, se por estado, por pedido puro e simples, etc. de modo que muitos analistas acreditam que podem demorar, não afetando esta temporada (que acaba em 31 de julho) e somente causando impacto a partir de maio de 2020”, explica Pacheco.
FUNDAMENTOS
Ainda de acordo com o analista da T&F, por enquanto, não há fundamentos para uma alta do trigo a curto prazo. A notícia sobre o mercado de trigo mais otimista nos últimos 30 dias foi o anúncio feito pelo Brasil da liberação de uma cota de 750 mil toneladas de importação de trigo livre de impostos para países de fora do Mercosul, mas, nem mesmo isto deu alento às cotações de Chicago, que não mudaram de patamar significativamente.
“No Brasil, para o segundo semestre, tudo vai depender também do clima. Se ele ajudar, o país deve colher uma safra maior do que a safra anterior, não os 6,6MT anunciados na semana passada, mas algo ao redor de 6,0 MT, também não diante do aumento de área, mas de rendimento, porque o clima deverá ser chuvoso no inverno. Com isto, as importações deverão reduzir um pouco. Outro anúncio importante foi feito pela Abitrigo, de que a moagem dos moinhos brasileiros em 2018 foi de 12,2 milhões de toneladas, contra as 11,41MT estimadas pela Conab”, conclui Pacheco.
Fonte: Agrolink | Autor: Leonardo Gottems