De acordo com a Aenda (Associação Brasileira dos Defensivos Genéricos), não precisava ter havido o banimento do herbicida Paraquate, decidido pela Anvisa na última semana. “Seria mais racional proibir (restringir o mais possível) para pequenos usuários e permitir para a agricultura em escala continuar usando, pois é altamente eficiente e barato”, afirma Túlio de Oliveira, diretor executivo da entidade.
Ele admite que realmente é um produto perigoso, mas argumenta que os incidentes ocorrem nos pequenos agricultores: “Aliás, o produto foi proibido na China justamente porque a maior parte da agricultura chinesa é de pequenos agricultores. Os pequenos agricultores brasileiros, cerca de 4 milhões de propriedades, ainda não tem um nível de escolaridade ou de discernimento exato da periculosidade do produto, portanto é melhor que não usem. Aliás para estes existem muitas opções e podem prescindir do Paraquate”.
Túlio lembra que o herbicida é o produto mais usado para a limpeza do terreno do plantio direto, antes do plantio da cultura. “É barato e mata todas as ervas. Porém, na falta de Paraquate, o agricultor faz associações de produtos (Glifosato, Dicamba, Glufosinato, 2,4-D, por exemplo). Vai aumentar o custo, mas o produto não é imprescindível”, afirma.
O dirigente lembra que o produto será efetivamente proibido apenas em 22 de setembro de 2020, segundo a Resolução 177 da Anvisa. “Se até lá forem entregues estudos que comprovem a não mutagenicidade e a não correlação com o mal de Parkinson, a decisão será revertida. A Resolução 177 traz algumas medidas obrigatórias para mitigação do risco do produto, que vão demandar esforços das partes envolvidas. Afora isso, é continuar usando o produto até o desfecho em 2020”, conclui.
Fonte: Agrolink