Nas escolas do município de Lages/SC, o cardápio é diferenciado: composto por chá de frutas e outros produtos frescos oriundos da agricultura familiar. O edital do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) para aquisição direta visa atender 15 mil alunos durante 12 meses e foi mapeado em agosto pelo Sistema Oportunidades da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead).
Na chamada pública de Lajes, que fica a 226 quilômetros da capital catarinense, Florianópolis, está previsto investimento de R$ 312 mil para compra de hortifrútis e panificados e de R$ 76 mil para compra 300 quilos de chá de laranja com maçã, laranja com abacaxi e hortelã. A bebida quente é servida nos cafés da manhã e lanches da tarde, acompanhada de bolos, pães e bolachas. E o retorno nas escolas tem sido positivo.
Quem garante é Cláudia Torres, nutricionista da Prefeitura, ao explicar que o chá é um alimento cultural e bastante consumido nas regiões frias do sul do Brasil. O produto foi inserido no cardápio escolar devido à recomendação do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) de não fornecer aos alunos itens altamente industrializados, como os achocolatados, néctares e bebidas lácteas.
“Foi um bom substituto, pois Lages fica em uma região de baixas temperaturas e é mais saudável, pois é feito com frutas desidratadas”, explica Cláudia. Uma das agricultoras familiares que abastecem a rede municipal é Ivonete Camtregher. Ela defende o ingresso do chá na alimentação escolar como forma de combater a obesidade infantil e até de conscientizar as crianças para o risco do sobrepeso.
Ivonete explica que seu produto é totalmente orgânico, composto por frutas e ervas desidratadas. As embalagens – que variam de 50 até 500 gramas – são elaboradas de acordo com os pedidos e visam não comprometer a qualidade e o aroma. O chá de Ivonete está na alimentação escolar de nove municípios da região e a demanda vem crescendo: hospitais públicos já tem solicitado a aquisição do produto.
Fonte: Agrolink