Com a forte elevação das cotações do trigo em Chicago, que hoje já ultrapassou US$ 5,80 por bushel para o contrato de Dezembro 2017, seria possível obter R$ 795 por tonelada ou R$ 48 por saca da nova safra em diversas praças de comercialização brasileiras. A projeção é da Consultoria Trigo & Farinhas.
“Estamos recalculando os valores líquidos possíveis de se obter para a nova safra de trigo no Brasil, que será colhida entre agosto e dezembro próximos. E por que não se põe este preço nas pedras das cooperativas e cerealistas? Porque não foi feita exportação nenhuma, o mercado não se preparou para este momento e está perdendo esta oportunidade”, aponta a T&F.
Os preços oferecidos aos agricultores hoje, ao redor de R$ 32 no Rio Grande do Sul e R$ 34 no Paraná, são cerca de 29% menores que a exportação ofereceria. Segundo a Consultoria, esses são os valores que o mercado interno brasileiro permite oferecer – e ainda assim estão provocando problemas financeiros aos moinhos, porque estão muito acima do que conseguem repassar às farinhas.
“Com a possibilidade de redução da demanda e preços baixos no mercado interno, a solução é promover a redução de estoques via mercado de exportação. E, desta vez, os preços estão tão altos que não se precisa do governo, mas de um líder que faça o que deve ser feito, simplesmente. E tem várias pessoas com poder para isto”, avalia o analista sênior da T&F, Luiz Carlos Pacheco.
“Se não for possível vender no físico (para exportação ou mercado interno), sempre é possível se cobrir nos mercados futuros, que é o caminho mais fácil e seguro e sempre disponível. Nele, você pode atuar com qualquer qualidade, mesmo que o trigo sirva apenas para forragem, porque adicionaria R$ 165/tonelada ou R$ 10,00/saca aos preços do mercado interno”, conclui.
Fonte: Agrolink